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Da queima de sutiãs ao voto feminino e à cota de gênero

Por Jéssica Lawane*

Ao longo dos séculos, diversas foram as manifestações por mais espaço, direitos e profundo repúdio a qualquer ato opressor, de origem violenta e humilhante contra a mulher. Neste cenário, obtivemos inúmeras vitórias sociais e uma transformação ainda em andamento.

Apesar de lenta e gradual, é uma transformação significativa, cultural e histórica no novo papel da mulher na sociedade brasileira.

Na vida política não foi diferente. Mesmo após a constituição de 1988, conhecida por dar igualdade formal entre homens e mulheres, o Congresso Nacional ainda mantém uma sub-representação de mulheres no parlamento, tendo razões culturais como principal motivo.

A não normalidade e não naturalização de mulheres ocupando cargos e espaços públicos faz com que, mesmo sendo maioria da população, cerca de 50%, nós representemos menos de 10% do Congresso.

Tão esmagadora é a realidade, que a Lei 12.034/09, da cota de gênero, estabelece que deva haver o mínimo de 30% de cada sexo, seja masculino ou feminino, compondo as coligações partidárias.

Nessas eleições, cinco estados não elegeram nenhuma mulher para deputada federal. São eles Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Sergipe e Paraíba. Segundo o TSE, dos 4.382 candidatos homens à Câmara Federal, 10% deles foram eleitos, e das 1.796 mulheres candidatas, apenas 2,8% conseguiram se eleger.

Em contrapartida vivemos um cenário atípico na política. A primeira parte se deu há quatro anos, quando elegemos a primeira presidenta da República, sim, no feminino, pois a palavra era considerada letra morta até a mesma ser eleita. E o segundo se deu nas eleições de 2014, pela primeira vez, tivemos duas mulheres no páreo pelo cargo mais alto na política brasileira.

Nas entidades estudantis alcançamos, se não a plena paridade, a ocupação representativa e massiva de meninas e mulheres nos mais importantes cargos, seja na presidência, ou na tesouraria (culturalmente ocupado por homens).

Exemplos disso é nossa líder secundarista Bárbara Melo, atual presidenta da UBES, eleita em um grande congresso por milhares de jovens secundaristas, e Glória Silva, atual tesoureira da UESDF. A luta percorre décadas, séculos, ruas e escolas. Ainda que minimamente representadas, a certeza de que haverá avanços na ocupação dos espaços de poder é concreta, pois haverá luta e assim sendo, não há outro resultado se não a vitória.

* Jéssica é diretora regional da UBES no Distrito Federal e diretora de Mulheres da União dos Estudantes Secundaristas (UESDF)