Maranhão, um estado que faz política olho por olho, dente por dente

Em depoimento, diretora de Comunicação da UBES relata atentado sofrido durante passeata

Por Daiany Macedo

O povo está saturado do governo maranhense, por isso mobilizamos e construímos no dia 12 de setembro a passeata “Maranhão sem corrupção: tem dinheiro para corrupção mas não tem para educação”.

Depois de uma longa semana debatendo com os estudantes a situação caótica do estado, organizamos nosso ato pacificamente. O objetivo era claro, e nós alcançamos: centenas de secundaristas com cartazes expressando democraticamente sua desaprovação com a situação de abandono das salas de aula, a falta de democracia dentro das escolas, saneamento básico, a fragilidade da segurança pública e uma série de situações que ameaçam a qualidade de vida em todo Maranhão.

Diversos diretores da UBES estavam na linha de frente do ato, assim como eu, que fui vítima de um ato de vandalismo. Na tentativa de reprimir nossa passeata, em determinado momento em que estava de costas, a juventude do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) – partido que governo o estado – mirou um rojão em direção à minha cabeça. Graças a um camarada que me empurrou, não fui atingida.

Mesmo assim, fui parar no hospital com ferimentos causados por resquícios do fogo de artifício que acertou meu braço e minha cabeça. Hoje passo bem, porém, todos sabemos que esse foi um atentado contra nossas vidas.

No Maranhão se faz política na base do olho por olho, dente por dente. Além do uso do rojão como arma, lamentamos profundamente a falta de respeito ao movimento estudantil. É uma situação muito crítica em que não há respeito com a vida do outro. O movimento partidário não entende que essa é uma construção política e não uma guerra.

A mídia tratou de fazer uma cobertura negativa da nossa manifestação, mesmo assim, a massa estudantil a cada dia está debatendo com mais senso crítico e tirando suas próprias conclusões.

A Plataforma Eleitoral da UBES foi apresentada aos candidatos à eleição, a juventude tem frisado o que a sociedade pede: mudança na política de governo do Maranhão, por mais democracia e o fim da última oligarquia.