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UBES Cult: Entrevista com Flávio Renegado

Iniciamos hoje a série UBES Cult. Aqui será um espaço para trazermos um pouco de cultura para o site da UBES. Vamos dar dicas de artistas, mostra de cinema, teatro, música, cinema e tudo que envolve a área. Também queremos receber sugestões de vocês. Por isso, não deixe de nos enviar pautas.

Hoje iniciamos com uma entrevista com o rapper mineiro Flávio Renegado. Com três discos na carreira, o cantor e compositor está ligado com o que vê nas ruas e na política. Quando jovem passou pelo movimento estudantil e sentiu na pele todo o preconceito que um jovem negro de periferia já sentiu. Em 2014 lançou o videoclipe #SuaveaoVivo, que está disponível para compra no iTunes. E é dele que está fazendo shows pelo país.

Confira o bate-papo que tivemos com ele via e-mail.

UBES: Você acha que se morasse em São Paulo seria mais conhecido? Afinal, você faz uma mistura de rap com brasilidades (e outros ritmos) e não deixa a desejar para outros artistas, como Criolo e Emicida.

Flávio Renegado: Possivelmente sim, mas isso é algo muito relativo, por São Paulo ser uma cidade muito grande a concorrência também é muito maior. De toda a forma ter nascido e ser criado no Alto Vera Cruz (MG) foi o que me fez ser quem eu sou, com valores e princípios e musicalidade. Amo minha quebrada e amo ser mineiro, sei quem sou e para onde vou.

UBES: Você lançou um single em 2013 (“Estamos no Jogo”, com participação de Fernanda Takai), mas não lança discos de 2011. Alguma novidade para 2015?

Renegado: Na verdade em 2014 lancei o meu primeiro DVD: #SuaveaoVivo, com algumas músicas inéditas, mas 2015 guardam algumas surpresas quem acompanha e gosta do trabalho pode ficar atento.

UBES: Já neste ano, mostrando-se conectado com a política gravou a canção “Coisas desse tipo”. A Inspiração foi uma declaração do então candidato a governador Pimenta da Veiga (PSDB). Por que fazer uma música sobre o assunto?

Renegado: Sou um artista que tem a veia social latente, recebi esta declaração como um insulto a inteligência da sociedade, e fazer musica é a forma com que sei me manifestar, nos tempos de hoje um político que tem este tipo que pensamento não me representa e como quem cala consente, eu não fiquei calado.

UBES: Você é ligado à política há muito tempo. Já fez parte do movimento estudantil e agora mistura música e política. Você acha que os artistas devem se envolver com o tema? E você não quis seguir uma carreira política ou invés da musical?

Renegado: Não misturo musica e política, nas minhas músicas falo do cotidiano das pessoas comuns e a política faz parte deste cotidiano. Artistas tem que fazer arte, se esta arte tem posicionamento ok, mas não devemos cobrar isso dos artistas, todos são livres para fazer suas opções. Sou músico não tenho desejo interesse em seguir carreira política.

UBES: Nós sabemos que você apoiou a candidatura da presidenta Dilma Rousseff (PT), que foi reeleita este ano. Qual a sua perspectiva para os próximos quatros anos?

Renegado: Que possamos dar continuidade ao projeto de transformação social, mas agora acredito que a sociedade como um todo tem que estar ligada e atenta ao que quer e precisa.

UBES: E uma última pergunta. Muito tem se falado sobre a redução da maioridade penal. Você é contra ou a favor. Por quê?

Renegado: Em uma sociedade onde não há condições básicas de formação para os cidadãos  menos favorecidos e se aprova a redução da maior idade penal e uma medida declarada de controle populacional. Por que este medida atinge diretamente aos pobres e negros. Enquanto não tivermos uma sociedade com condições iguais para todos, as responsabilidades não podem ser divididas da mesma forma.

Por Alessandra Braz