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UBES pelo Passe Livre: Um histórico de lutas

O passe livre estudantil é fundamental para evitar a evasão escolar

Por anos a UBES vem dialogando com a sociedade sobre a importância de uma política pública voltada para o transporte, tanto que para intensificar essa luta, a entidade instituiu 22 de março como “O Dia Nacional de Luta Pelo Passe Estudantil”. O alto preço das passagens, que não cabe no bolso do estudante e a certeza de que a educação está para além dos muros da escola faz com quem não desanimemos.

A luta pelo Passe Livre é uma bandeira antiga do movimento estudantil. “Somente no final dos anos 80 os secundaristas, do município do Rio de Janeiro, obtiveram o direito ao passe livre. Neste período ocorreram muitas passeatas e reuniões com a Assembleia Legislativa, com o objetivo de pressionar o estado para garantir acesso à educação e aos bens culturais, como cinema, exposições, bibliotecas e teatros”, afirma o Presidente da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (AMES-Rio), João Neto.

O Passe Livre é fundamental para garantir o acesso e a permanência dos estudantes na escola. Nos últimos anos, o preço das passagens aumentou o equivalente ao dobro da inflação e o reajuste do salário mínimo não acompanhou a taxa. Segundo o Censo 2010 cada família brasileira tem em média três filhos. O custo que o preço das passagens representa no bolso do trabalhador é pesado e a família acaba sem ter como custear a passagem dos filhos, aumentando a estatística da evasão escolar.

Além disso, a UBES acredita que ao longo de sua formação, o jovem precisa se envolver diretamente com atividades culturais, lazer e esporte, formando uma rede complementar para a aprendizagem. O passe estudantil, junto com a meia-entrada, são maneiras de garantir a democratização do acesso aos bens culturais, hoje restritos a uma minoria privilegiada.

A luta da UBES em defesa do Passe Livre Estudantil irrestrito é nacional, por compreender esse direito também como política pública que tem força no combate à evasão escolar.

Revolta do Buzú

Em agosto de 2003, o aumento abusivo no preço da passagem do transporte público na capital baiana desencadeou uma das maiores manifestações já vistas no país. Estudantes organizados através de grêmios estudantis e de entidades paralisaram, quase que diariamente de agosto a setembro, as principais vias de Salvador (Bahia) para reivindicar a redução da tarifa, de R$ 1,50 para R$ 1,30, e pedir meia-passagem aos finais de semana e a criação do Conselho de Transporte na cidade.

Segundo o diretor de cultura da UBES, Wesley Machado, esse movimento serviu para efetivar a luta dos estudantes pelo passe livre. “Após a revolta do Buzú as entidades estudantis sentaram com o prefeito e aí foi criado o Salvador Card, que é o cartão que possibilita meia passagem para os estudantes. E hoje a luta é pelo Passe Livre e melhorias no transporte, pois aqui em Salvador o transporte é sucateado”, afirma Machado.

Caravanas da UBES

No ano de 2007, a UBES promoveu duas caravanas que percorreram diversos estados brasileiros para dialogar sobre a importância do Passe Livre Estudantil. Foram mais de onze estados percorridos, promovendo diversos debates e apresentações teatrais sobre a importância do Passe Livre.

Segundo o ex-presidente da UBES, Thiago Franco, a luta pelo Passe Livre é muito importante para que o estudante tenha acesso à educação e consequentemente obtenham conhecimento de seus direitos. “Eles não querem que as pessoas estudem, se esclareçam. Porque quem estuda tem maiores condições de lutar por seus direitos”.

Jornadas de Junho

Em junho de 2013, uma série de manifestações populares ocorreu em diversas cidades brasileiras, com objetivo de reivindicar a redução das tarifas do transporte coletivo. Através das redes sociais, a juventude se organizou mobilizando a opinião dos brasileiros e abrindo espaço para outras discussões, como mobilidade urbana, participação social e a violência policial.

A ex-presidente da UBES, Manuela Braga, diz que a UBES sempre esteve presente nas lutas pelo Passe Livre e nas manifestações de junho não foi diferente.  “A UBES possui um histórico extenso de mobilizações em favor do Passe Livre, todos os anos ela promove jornadas de lutas que incluem a pauta pela gratuidade do transporte coletivo para os estudantes. Com o surgimento das manifestações de junho não foi diferente. Nós continuamos mobilizando os estudantes, junto a outros movimentos em diversos estados brasileiros, fortalecendo ainda mais as manifestações e tornando os jovens protagonistas de mais um momento histórico”, conta Manuela.

Passe Livre nas eleições 2014

Com as eleições de 2014 se aproximando, a necessidade de reafirmar a luta pelo Passe Livre se faz ainda mais necessária. Somente com o livre acesso dos estudantes no transporte coletivo é possível evitar a evasão escolar e proporcionar mais lazer e cultura aos secundaristas com extensão do benefício também para os fins de semana. “Os alunos não podem deixar de frequentar as salas de aula ou não ter acesso à cultura que a cidade proporciona por não poder custear o transporte. Por isso, a UBES segue na luta pelo Passe Livre e agora com as eleições se aproximando devemos pressionar os candidatos para que eles se comprometam com a nossa luta”, afirma a presidenta da UBES, Bárbara Melo.