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Entrevista: Presidenta da UEE-SP fala sobre a conquista do Passe Livre estudantil

Em conversa com o site da UBES, líder estudantil relembra os caminhos da vitória e os principais desafios da gratuidade nos transportes

Uma vitória em curso. Esta talvez seja uma boa definição que os estudantes dão à conquista da gratuidade nos transportes do estado de São Paulo. A luta travada há mais de 20 anos pelas entidades estudantis avança rumo à regulamentação do Passe Livre Estudantil.

A implementação do benefício pela prefeitura e a aprovação do Projeto de Lei 01/2015 pelos deputados estaduais garante a gratuidade em ônibus, metrôs, trens e ônibus intermunicipais para os estudantes da rede pública de ensino fundamental, médio e técnico e ensino superior.

Presente nas Jornadas de Luta que tiveram como mote central o Passe Livre Estudantil, na vigília e acampamento em frente a Prefeitura e na blitz na Assembleia Legislativa, a presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo, (UEE-SP), Carina Vitral, fala sobre como o conjunto dos estudantes secundaristas e universitários comemoram a implementação desta política pública.

CONFIRA A ENTREVISTA

UBES: Podemos chamar de “vitória histórica” a conquista do passe livre para os estudantes de São Paulo? Como uma das principais capitais econômicas do país conseguiu avançar nesta pauta?

CARINA: Com certeza essa é uma vitória histórica para os estudantes, fruto da luta intensa do movimento estudantil que sempre lutou por essa bandeira e organizou manifestações contra os aumentos e pela melhoria do transporte por todo o país.Os estudantes realizam a campanha pelo Passe Livre há mais de 20 anos. Em 2011, a entidade fez uma forte campanha para aprovação da lei pela gratuidade aos estudantes bolsistas do ProUNi, com o objetivo de diminuir os índices de evasão do ensino superior.

Essa luta ganhou grande reforço nas manifestações de junho de 2013, que tomou conta de todo o país após estourar na cidade de São Paulo. Aquela jornada de lutas foi decisiva para que a mobilidade urbana se tornasse o centro da política pública na cidade, depois disso vieram corredores de ônibus, ciclovias, a criação do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito.

Tudo isso foi decisivo para que hoje pudéssemos comemorar a vitória do passe livre estudantil. E depois disso tivemos que fazer lutas na Assembleia Legislativa para aprovar a lei da gratuidade para os estudantes, também no metrô, trens e EMTU.

UBES: Apesar do avanço, o movimento estudantil sempre pautou o passe livre estudantil irrestrito. Há uma luta maior a ser encampada pelos estudantes em defesa da ampliação?

CARINA: Após a Prefeitura anunciar o benefício para estudantes no final do ano passado, iniciamos uma grande jornada pelo passe livre para todos os estudantes e sem restrições de viagens, acampamos em frente a prefeitura numa vigília e apresentamos uma pauta de reivindicações para ampliação.

Tanto na Prefeitura, quanto na ALESP, nossa luta deu resultado, conquistamos a gratuidade para estudantes do ensino técnico, tecnológico e profissionalizante como beneficiados e a inclusão das universidades particulares no critério de baixa renda (1,5 salários mínimos). Ficamos bastante satisfeitos, mas continuaremos lutando pelo passe livre pra todos os estudantes.

UBES: O caráter irrestrito do passe livre é hoje carro chefe da luta unificada do movimento estudantil brasileiro, prova disso são as históricas Jornadas de Lutas que nacionalmente coloca a juventude nas ruas em defesa deste direito. A gratuidade no transporte pode ser o cartão de embarque para a formação dos jovens de maneira plural, para além dos muros da escola?

CARINA: O estudante deve ter direito a usar o passe livre para circular livremente pela cidade. A formação se dá além das salas de aula com acesso pleno à cidade, a cultura, ao lazer, e com a integração no geral. Assim com o direito à meia entrada, o direito ao passe livre é um instrumento de fundamental importância para a complementação da formação do estudante.

Entenda como funciona e quem tem direito

Com a regulamentação do Passe Livre Estudantil, os estudantes de São Paulo deixam de pagar a meia passagem (R$ 1,75) e passam a usufruir gratuitamente de uma cota mensal. O primeiro passo para obter o benefício é realizar cadastro no Bilhete Único (no site da SPTrans para quem estuda na capital) e no Cartão BOM (no site da EMTU).  Abaixo, um quadro explica quem tem direito ao benefício e as perspectivas de luta do movimento estudantil pela ampliação.​

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Da Redação