Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

NAS RUAS DE BRASÍLIA, PASSEATA, ALEGRIA E LUTA CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
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PRESSÃO NAS RUAS BARRA TERCEIRIZAÇÃO

Votação do projeto que ameaça direito dos trabalhadores foi adiada para o dia 22, na Câmara dos Deputados

Trabalhadores do Brasil inteiro paralisaram as atividades e organizaram manifestações nesta quarta-feira (15/04) para protestar contra a Lei da Terceirização, a PL 4.330 aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 8. Os protestos simultâneos das centrais sindicais e movimentos sociais nas ruas e nas redes ​para ao Dia Nacional de Paralisação, provocaram o adiamento da votação para o próximo dia 22, quarta-feira.

Segundo a Central Dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), pelo menos 110 mil pessoas em 23 estados interditaram avenidas, paralisaram cidades e fábricas. Trabalhadores do transporte público e servidores das redes municipal e estadual também se posicionaram contra a PL 4.330. Em São Paulo, os estudantes se somaram em dois grandes atos na capital que concentraram cerca de 40 mil manifestantes: um na Avenida Paulista e outro no Largo da Batata.

Na Avenida Paulista, o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, destacou a gravidade do projeto de terceirização que, segundo ele, representa o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e de todos os direitos conquistados

​pelas lutas históricas da classe trabalhadora. Ele não titubeou em afirmar que “a terceirização é o pior projeto em curso desde a ditadura militar”.

Já o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, destacou os desdobramentos nocivos da Lei. “As perdas para os trabalhadores com esse projeto de lei vão muito além da CLT, tudo que nós conquistamos até hoje: férias, décimo terceiro salário, licença maternidade… todas essas conquistas vão ser jogadas na vala comum se esse projeto for aprovado”, explicou o dirigente.

PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

A UBES, UNE e ANPG divulgaram uma nota na qual afirmam que “nossos direitos estão ameaçados com a aprovação da terceirização que além de precarizar as relações de trabalho, também ameaça a qualidade de ensino das escolas e universidades a partir da implementação dessa prática na contratação de professores e pesquisadores”.

​Segundo as entidades,​ o dia 15 foi também​ de luta por mais direitos; contra a proposta da redução da maioridade penal e contra o genocídio da juventude negra exigindo menos presídios e mais escolas; pela reforma política com o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais; pela democratização dos meios de comunicação; e​ pela implementação de 10% do PIB para a educação.

A PRESSÃO CONTINUA

​Para ​a secundarista Talia Leite, que participou do Dia Nacional de Paralisação em Santa Catarina, em Chapecó, a unidade popular é essencial para barrar retrocessos. ​

“Desde 1964,​ não elegíamos​ um Congresso tão conservador como nessa última eleição. Precisamos mais do que nunca estar unidos pra barrar esses projetos que só apresentam retrocessos, como a redução dos direitos dos trabalhadores e a própria redução da maioridade penal que tenta criminalizar a juventude”, diz. “Não podem tirar os direitos conquistados a base de muita luta, sangue e suor dos trabalhadores.​

​Nós queremos a valorização com melhores salários e condições de trabalho dignas com mais oportunidades pra juventude brasileira”, destacou Talia.

O texto-base do projeto que regulamenta a terceirização dos contratos de trabalho já foi aprovado, mas os principais destaques dele ainda precisam passar por votação que acontecerá no dia 22. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disse que, caso o projeto seja aprovado, uma greve será convocada em todo o país. Segundo ele, os deputados e senadores que votarem a favor do projeto terão suas “caras colocadas no país inteiro, na internet e em postes, como traidores da classe trabalhadora e financiados por empresários e patrões”.

Da Redação, com informações da UNE