DO VERMELHO
Passados sete anos, a secretária nacional da Juventude, Severine Carmem Macedo, avalia que a proposta que aguarda votação no plenário da Câmara precisa ser “atualizada” e que a conferência pode ser uma oportunidade para “repactuar um projeto comum entre o Executivo e o Legislativo”, acredita.
Em sua opinião, “as políticas públicas globais nem sempre conseguem atender aos mais jovens”, e por isso a necessidade de “fortalecer a demanda do segmento” por meio da nova conferência.
No início da semana (7 e 8), também em Brasília, 70 jovens de comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas, ribeirinhos, caboclos, ciganos, pantaneiros, mestiços, comunidades de terreiros, faxinais (pequenos agricultores no Paraná), pomeranos (grupo de origem europeia no Espírito Santo) se reuniram em encontro preparatório para a conferência.
De acordo com Severine Macedo, traçar uma agenda de políticas públicas para os jovens dessas comunidades é um “desafio”, dada a diversidade. A secretária assinala que há diferenças sobre como cada cultura trata os jovens e concebe a juventude.
“Nem sempre é simples discutir nas comunidades”, admite a secretária ao assinalar que a intenção do governo é “promover direitos para todas as populações, respeitando as comunidades”. Segundo ela, a política não pode impor valores nem ser omissa. “Não dá para defender que não tenham acesso.”
A secretária destaca que os jovens brasileiros são as principais vítimas de acidentes de trânsito e com armas de fogo (especialmente os jovens negros). Além disso, há grupos extremamente vulneráveis como os dos jovens indígenas Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul, com alta incidência de suicídios.
O documento de discussão da 2ª Conferência Nacional da Juventude está disponível na internet, acesse aqui.
Segundo o regimento, a conferência terá 2,1 mil delegados. Desse total, 60 serão representantes de comunidades tradicionais.