UBES, junto a todo movimento estudantil, trabalhista e social, realiza ato em frente à sede do Banco do Brasil pedindo a baixa de juros.
“1, 2 3, 4, 5, mil, ou baixam os juros ou paramos o Brasil”, esta foi a palavra de ordem que reuniu cerca de 300 pessoas, organizadas pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) hoje pela manhã no ato em frente à sede do Banco Central em São Paulo para garantir que seja reduzido drasticamente a taxa de juros do Brasil, país que tem a taxa de juros mais alta do mundo, atualmente em 11%5 ao ano.
O ato que aconteceu em São Paulo na Avenida Paulista, onde acontece entre hoje e amanhã (29 e 30 de novembro) a última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) deste ano. Toda a mobilização foi realizada pelo movimento estudantil da UBES, União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE) e a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES).
Os estudantes, desde 11 de agosto deste ano, data histórica e comemorativa do dia do estudante, tem colocada como pauta central para reivindicar mais investimento na educação do país a derrubada da política de pagamento das mais altas taxas de juros do mundo. Prsicila Casale, presidente da UMES, que também esteve presente ao ato, afirma que além do desenvolvimento econômico que trava com essa prática, importantes áreas do país tem seus recursos escoados para o pagamento das taxas de juros e dívida pública:
“No ano de 2010, mais de 44% do orçamento do Brasil teve esse incerto destino. Em contraponto, somente 2,8% foram investidos em educação. À custa dessa política estão as nossas escolas caindo aos pedaços, sem laboratórios, bibliotecas, quadras, com professores mal remunerados e sem material didático de qualidade”, afirma ela.
A juventude, mais uma vez, protagonizou o enfrentamento aos interesses das grandes corporações, monopólios industriais e de especulação financeira; junto aos estudantes, outros setores da sociedade já se comprometeram com essa luta. Também estiveram presentes no ato centrais sindicais como Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central, além das entidades do movimento social como Congresso Nacional Afro-Brasileiro, Confederação das Mulheres do Brasil, Federação das Mulheres Paulistas e partidos políticos.
Os juros altos estão sugando bilhões de reais que poderiam ser investidos na educação do nosso país, como fala o diretor da executiva da UBES, Rarikan Heven, que compara o dinheiro gasto com os juros aos investimentos destinados à educação, uma das principais bandeiras de luta da entidade, que defendeu neste ano, o investimento de 10% do PIB para educação:
“Não podemos aceitar que o valor gasto com juros seja o dobro do recurso investido em educação em nosso país. Hoje, os investimentos na educação brasileira não chegam a 6%, enquanto pagamos a taxa mais alta de juros do mundo de 11,5 % ao ano.”
O mato-grossense aproveitou o momento para convidar os estudantes e todos os participantes do ato a participarem do 39° Congresso da UBES que acontecerá na próxima quinta-feira (1/12), divulgando ainda passeata contra a violência escolar, organizada pelo movimento secundarista, que acontece sexta-feira (2), também na avenida paulista.