Do dia 25 a 27 de julho de 2010, aconteceu o 11º Encontro Nacional de Estudantes de Escola Técnica, em Natal, RN, organizado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). Fui convidado a participar do Debate sobre LGBT nas Escolas, a qual ocorreu na tarde de segunda-feira dia 26. Certamente, pelas minhas experiências pedagógicas, aguardava a espontaneidade própria dos estudantes secundaristas no que se refere a temas polêmicos.
Também estudantes heterossexuais, sem se preocuparem em ter suas orientações questionadas, fizeram questão de acompanhar a atividade e se inteirar do debate sobre “diversidade sexual”. Nesse contexto e com esse público, a atividade não poderia ser melhor: a atenção dispensada por eles durante a palestra, a vontade e curiosidade expressa em seus rostos e a participação direta com questões, intervenções e posicionamentos sobre o tema no momento em que se abriu o debate.
Eles mostraram a importância e a necessidade de se abordar a temática da sexualidade não somente para professores de Ensino Médio e Fundamental, mas também e principalmente para estudantes secundaristas. Após o término da atividade, alguns insistiram em continuar discutindo comigo sobre questões gerais, mostrando o quanto a nossa juventude militante tem sede de conhecimento.
Por isso, quero publicamente cumprimentar a direção da União Brasileira de Estudantes Secundaristas pela responsabilidade e compromisso de fazer acontecer esses espaços de discussão em seus eventos, bem como agradecer pelo convite e confiança em me colocar nessa responsabilidade.
Destaco o empenho e o comprometimento do Diretor LGBT da UNE Denílson Alves, presente e responsável pela atividade, cujos esforços nos espaços das entidades estudantis têm feito com que essa temática seja abordada de modo qualitativo e determinante. Como membro do PCdoB, o comprometimento deste jovem tem sido exemplar na medida em que leva a discussão para dentro de seu grupo político e, com isso, ganha adeptos dentro e fora de seu partido na luta contra a homofobia e pelos direitos da população LGBT.
Por fim, em 2002, quando, na greve da USP, propus a criação do primeiro grupo estudantil a debater Diversidade Sexual nos fóruns do Movimento Estudantil – grupo PRISMA – a intenção era de conseguir aliados, independente da orientação sexual, que entendessem a luta contra homofobia como uma luta de todos. Após oito anos passados, ao participar de um evento como o ENET, vejo que essa proposta tem ganhado espaço e adeptos, desenvolvendo a discussão e a reflexão, inclusive em fóruns nacionais do movimento estudantil secundarista.
Obviamente, a ocorrência disso se deve ao comprometimento de militantes que, a despeito das diferenças partidárias, têm convergido para transformar a luta contra a homofobia e pelos direitos LGBT numa luta suprapartidária.