O Exército chileno convocará 57 mil jovens de 18 anos para o serviço militar. O governo justificou a decisão afirmando que houve uma redução de 30% no número de voluntários por causa dos protestos pela reforma do sistema educacional.
DO PORTAL VERMELHO
O serviço militar no Chile é obrigatório. Desde 2007, as vagas anuais costumam ser preenchidas quase totalmente por voluntários. Este ano, contudo, só 14.127 homens e mulheres com 18 anos se ofereceram para o trabalho nas Forças Armadas em 2012. Por isso, 56.793 jovens serão convocados – mais do que nos anos anteriores – para a seleção do serviço militar.
Os militares tem um contingente anual de 11.340 vagas para preencher, mas convocam muito mais jovens para a seleção. O secretário-geral das Forças Armadas, Alfonso Vargas, afirmou que o ideal é contar com uma média de 2,5 candidatos por vaga. Para isso, seria necessário convocar 14.223 voluntários. Após a convocação, serão mais de 6 candidatos por vaga.
O chefe da Direção Geral de Mobilização Nacional, Günther Siebert, atribuiu a queda do número de jovens voluntários aos protestos liderados pelos estudantes pela educação gratuita e de qualidade.
Em declarações ao jornal chileno El Mercurio, Siebert afirmou que, com as greves e ocupações de escolas, os militares não conseguiram fazer campanha entre os estudantes para incentivar o voluntariado militar.
Os estudantes chilenos universitários e secundaristas protestam há cinco meses contra o sistema educacional do país, exigindo ensino superior gratuito. Universidades públicas e privadas são pagas desde os tempos da ditadura do general Augusto Pinochet.
Os alunos do ensino médio e superior organizaram uma série de ocupações em escolas e universidades. Os manifestantes contam com enorme respaldo popular e a aprovação do presidente chileno, Sebastian Piñera, está em queda chegando a 22% em setembro.
O estudo universitário não impede o jovem de cumprir o serviço militar no Chile. Entre as exceções estão limitações físicas, ser a principal fonte de renda da família, ser casado ou estar grávida ou ser filho de algum preso ou torturado durante a ditadura chilena.