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Massiva votação via internet encerrou plebiscito no Chile

 Quase meio milhão de pessoas votaram através da internet no plebiscito pela educação no Chile, cujos resultados parciais apontam 95 por cento de eleitores favoráveis à educação pública e gratuita.

DA PRENSA LATINA

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Segundo a Mesa Social pela Educação, organizadora da consulta, mais de 422 mil chilenos residentes no país e em outras 25 nações conseguiram votarar por via on-line até a meia-noite do domingo, apesar da saturação do site e de denúncias formuladas sobre bloqueios intencionais na rede.

Um primeiro boletim parcial emitido ontem à tarde, com apuração de 57 por cento dos votos emitidos até esse momento, registrou 95 por cento de chilenos favoráveis ao estabelecimento no país de um sistema de educação pública e gratuita com o papel garantidor do Estado.

Cerca de 92 por cento responderam Sim à pergunta de desmunicipalizar a educação, 89 por cento concordou com a ideia de pôr fim ao lucro em todos os níveis de ensino e 95 por cento disse Sim à proposta de incorporar o plebiscito vinculante como método de solução de grandes problemas nacionais.

Os resultados finais serão divulgados amanhã, informaram os organizadores do referendo que coincidiram em qualificar de inédita e histórica a resposta popular à convocação.

 

Estudantes chilenos anunciam nova greve

 

Os líderes da Confech (Confederação de Estudantes do Chile) anunciaram neste domingo (9) uma nova greve nacional para os dias 18 e 19 de outubro. Eles lutam mais uma vez por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

Os estudantes ratificaram a decisão de não continuar o diálogo com o governo conservador e neoliberal de Sebastián Piñera.

“A proposta do governo não inclui avanços na gratuidade do sistema de ensino”, afirma a líder estudantil Camila Vallejo.

Os estudantes chilenos lutam pelo acesso gratuito ao sistema educativo mais segregado do mundo, produto das reformas do ditador Augusto Pinochet, que governou o país a ferro e fogo entre 1973 e 1990.

O governo propõe a concessão de bolsas, que não atenderiam toda a população, enquanto que os estudantes buscam um maior protagonismo do Estado, que redistribua os recursos públicos com uma reforma tributária.

“Quando falamos da gratuidade no sistema educacional é porque cremos que não deve prevalecer o Estado subsidiário e sim um estado garantidor”, disse Vallejo.

“Decidimos fazer um chamado a todos os estudantes do Chile para que façam o maior esforço possível. Iremos radicalizar a mobilização e nos preparar para tempos difíceis”, disse o dirigente estudantil David Urrea.