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EM ENTREVISTA, TESOUREIRO DA UBES REAFIRMA LUTA DA ENTIDADE RUMO À JORNADA DE LUTAS DE MARÇO

“O brasil destinou mais de 230 bilhões de reais para pagamentos de juros e menos de 70 bilhões de reais para a educação em 2011, nossa Jornada Nacional de Lutas, em março, vai jogar muito peso para pressionar o governo”, afirmou Pedro Henrique

Em Natal para o período carnavalesco, o Tesoureiro Geral da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Pedro Henrique, conversou com o Portal do EstudanteRN. Residindo em São Paulo desde sua eleição para a executiva nacional da entidade, em dezembro do ano passado, ele fala, com desenvoltura, sobre os desafios assumidos, meia-entrada e sobre o movimento estudantil do Rio Grande do Norte. Confira!

EstudanteRN – Pedro, você foi eleito, no Congresso da UBES em SP, Tesoureiro Geral da entidade. O que representa o desafio de atuar em uma função estratégica de uma entidade que representa 50 milhões de estudantes?

Pedro Henrique: A UBES, primeiramente, é um patrimônio das lutas sociais deste país. Organizada em 1948, esteve presente nas mobilizações que aconteceram em todo o Brasil desde então. Antes mesmo da organização da entidade, a história já era preenchida de momentos importantes da participação desse segmento na vida nacional.

O último Congresso da UBES, realizado em dezembro do ano passado, tem dados impressionantes. Foram mais de 4,5 milhões de secundaristas mobilizados, através de 5 mil escolas de norte a sul do Brasil. Construímos etapas estaduais nos 27 estados, dialogando com os problemas que nossa juventude encontra nas salas de aula e buscando soluções para problemas pontuais, mas sempre associando essas questões com o problema de fundo que é o investimento na educação, atualmente insuficiente diante das necessidades e da demanda por décadas ignorada.

E qual é o caminho que a entidade aponta para a resolução do problema de financiamento?

Primeiro, fazemos um diagnóstico de que o Brasil avançou significativamente ao longo dos últimos 9 anos. Neste ano de 2012, vamos superar o número de 400 instituições profissionalizantes da rede federal. Em oposição às 140 que existiam em 2002, é impressionante a transformação dessa rede. A expansão do ensino superior, a marca de mais de 1 milhão de estudantes beneficiados pelo ProUNI, o lançamento do PRONATEC e a obrigatoriedade do acesso à educação desde a rede infantil até o ensino médio, são marcas importantes deste momento. Ou seja, a avaliação, em comparação a qualquer momento vivido pelo país, é muito positiva. No entanto, ao analisarmos por exemplo, o acesso ao ensino superior, veremos que ainda é limitado a apenas 13,8% dos nossos jovens entre 18 a 24 anos, muito inferior aos dados dos países da América Latina, em torno de 30% e Europa e Estados Unidos, respectivamente com 60 e 80%. Quer dizer, somos a 5ª economia mundial com uma dívida imensa com a educação.

Nossa opinião é a de que é preciso, no Plano Nacional de Educação, em debate no Congresso Nacional, aprovar os 10% do PIB para essa área. O governo tem uma proposta muito tímida de 7% nesse período de 10 anos e temos convicção de que tal proposta não contribuirá para resolver os problemas, não democratizará o acesso e não resolverá o grave problema da qualidade. Nossa Jornada Nacional de Lutas, em março, vai jogar muito peso para pressionar o governo. O Brasil destinou mais de 230 bilhões de reais para pagamentos de juros e menos de 70 bilhões de reais para a educação em 2011. É preciso rever as prioridades, não podemos nos contentar ou nos acomodar.

Você ajudou a reorganizar as duas principais entidades estudantis do Rio Grande do Norte. Como você analisa esse momento no Estado?

Em 2011, é provável que o Rio Grande do Norte tenha sido o Estado que mais evoluiu na organização dos estudantes. O saldo foi muito positivo do Congresso da UNE e dos Congressos da UMES, APES e Etapa Estadual da UBES. Foram movimentos muito bem divulgados, mobilizados e prestigiados.

É preciso destacar o significado das campanhas que o movimento estudantil local e nacional desenvolveram contra a mercantilização e falsificação da carteira, que levaram ao fechamento de diversas empresas que comercializavam um direito que nós conquistamos nas ruas e não em gabinetes. Esses empresários desmoralizaram os nossos direitos durante anos ao tratar a carteira de estudante como mercadoria.

Com a Identidade Estudantil Eletrônica, a rede legítima recupera sua credibilidade e condições para pautar o direito à meia-entrada. O destino dos empresários de carteira no Rio Grande do Norte é certo e definitivo, terão que buscar outros meios de ganhar dinheiro porque o trabalho que iniciamos em Natal percorrerá todo o Estado.

Aposto e tenho muita confiança nessa geração que tem suado a camisa, estudado bastante e está aproveitando todos os espaços para fortalecer as entidades e as lutas da juventude potiguar. É uma geração jovem, renovada muito entusiasmada. Estamos diante da geração de ouro do movimento estudantil do Rio Grande do Norte.