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GO: ESTUDANTES PROTESTAM A FAVOR DA GREVE DOS PROFESSORES

Muitos alunos da rede estadual de ensino fecharam a rua em frente ao Centro de Convenções de Goiânia em auxílio à greve convocada pelo Sintego

Nesta segunda-feira, 6, após encerramento do evento que anunciou os beneficiados com as dez mil Bolsas Universitárias concedidas pelo governo estadual em parceria com a OVG, estudantes de várias escolas da rede estadual de ensino fecharam a rua em frente ao Centro de Convenções de Goiânia em protesto às ações do governo em relação a educação.

O principal motivo do protesto é o apoio à greve dos professores convocada pelo Sintego (Sindicato dos Trabalhadores de Educação em Goiás) e que foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás no último sábado. A decisão foi assinada pelo juiz Fábio Cristovão de Campos Faria.

A presidente da UGES (União Goiana dos Estudantes Secundaristas), Jéssica Teixeira, que estava liderando o protesto, afirmou seus motivos. “Fui estudante de escola pública durante toda minha vida e, agora, o Marconi (governador do estado) está mentindo para gente, porque, embora ele realmente pague o piso dos professores, ele não está dando as gratificações que diz estar dando, diminuindo o salário dos professores, o que desvaloriza a classe. E protestamos por que estamos do lado deles, pois se o salário dos professores da rede pública for abaixado eles vão para as instituições particulares e quem fica prejudicado são os estudantes”, afirmou Jéssica.

Ela conta ainda como conseguiu reunir os estudantes para o protesto e que os protestos só estão começando. “Começamos a movimentação pela internet e depois fomos às portas das escolas, como o Lyceu de Goiânia, e conseguimos reunir os estudantes. Essa é a primeira manifestação, mas haverá outras, como o ‘pula-catraca’, que será feito não importa quem for nos impedir, pois o governo nos prometeu o passe livre, que não nos foi dado. Sendo assim, faremos com que os protestos fiquem cada vez maiores. Nossa ideia é que todo o Brasil se una nesse sentido. Estamos entrando em contato com estudantes do Acre, Pernambuco, Piauí, Amazonas, e outros estados para que no dia 8 possamos fazer um protesto nacional a favor da educação”, relata.

GREVE
As principais reivindicações do Sintego são o retorno da titularidade e a valorização do plano de carreira. Segundo nota publicada no site do sindicato, a greve foi convocada por que não houve esforço do governo para negociar com os professores. “O Sintego buscou o diálogo com o governador Marconi Perillo e com o secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto, durante todo o ano de 2011 e, em 2012, até a antevéspera da greve, quando foi protocolado mais um pedido de audiência com o secretário. Infelizmente, incapazes de estabelecer um diálogo com a categoria, tanto Marconi como Thiago ignoram todos os nossos apelos”, afirma nota.

A greve foi considerada ilegal visto que sua principal reinvindicação salarial já teria sido atendida pelo governo, com pagamento do piso acima do praticado nacionalmente. Diante do descumprimento da decisão, o juiz estipulou o pagamento de uma multa diária de R$ 30 mil. Um levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria Estadual de Educação informa que 95% das escolas estaduais em Goiás iniciaram a semana funcionando normalmente. Entretanto, integrantes do grupo Mobilização dos Professores de Goiás alegam que o que ocorre é a chamada greve branca, ou greve parcial. De acordo com a professora Diane Miranda, do Colégio Estadual Vila Lobos, na maioria das escolas os horários de aula estão sendo seguidos normalmente, sendo realizados alguns intervalos para a conscientização dos estudantes sobre o assunto e para manifestações dentro das próprias escolas, como o uso de roupas pretas e a confecção de cartazes. Segundo ela, só na Região Metropolitana de Goiânia, 40 escolas não estão funcionando plenamente.

O governador Marconi Perillo, em discurso no evento da OVG, pela manhã, afirmou que o governo está tentando fazer muito pela educação, mas que é auxiliado por ninguém. “O governo federal não coloca um centavo na educação estadual. Temos feito o possível para pagar o piso mínimo, além de dar gratificações, mas se não tivéssemos que mandar a verba de R$ 506 milhões para o governo federal, poderíamos pagar melhor os salários dos professores. Isso acontece porque todos os estados brasileiros têm a responsabilidade de cuidar sozinhos da educação e da segurança pública. Sabemos que a educação pública é o meio mais eficiente para democratizar a vida na sociedade atual. E se queremos uma educação de qualidade, temos que lutar e investir na educação. E é o que estamos fazendo”, declarou Marconi.

A professora Diane explica que grande parte dos professores aderiu à greve em dissonância com o Sintego, por não concordar com algumas das decisões do sindicato. Dessa maneira, espontaneamente, no final do ano passado, surgiu o grupo de mobilização, que conta com o apoio das redes sociais e agrega professores de todo o Estado, além de pais e estudantes. “O Sintego denegriu a imagem da greve com o envolvimento de alguns políticos. Mas estamos ligados a eles, até para termos o respaldo jurídico do sindicato”, declara. “Não somos massa de manobra do governo, nem do sindicato. A legitimidade do movimento se confirma por essa manifestação voluntária dos professores”, conclui.

Do Jornal Opção