Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

Nota de falecimento Professor Carlão, um expoente na luta pela educação
6 de setembro de 2013
Câmara dos Deputados celebra 65 anos da UBES e abre o 14ª CONEG homenageando a entidade
7 de setembro de 2013
Mostrar todos os posts

“10 ANOS DE UM NOVO BRASIL” ABRE DEBATES DO 14º CONEG

Contra a privatização da educação, do saúde o do transporte, abertura dos trabalhos discute a última década e a emergência de uma reforma política no país

Com o painel de conjuntura “10 anos de um Novo Brasil”, iniciou nessa sexta-feira (6/8) as atividades do 14º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UBES (Coneg), encontro que reunirá nos próximos três dias em Brasília lideranças estudantis de todo o país. O debate que aconteceu na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do DF iniciou o ciclo de trabalhos com cerca de 500 estudantes relembrando os grandes marcos da educação brasileira e a base de suas trincheiras na luta pela democracia, livre organização e a  atuação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas nos 65 anos de construção de uma história que entrelaça suas lutas às grandes vitórias da nação.

Seguindo o ritmo da abertura do encontro que aconteceu em ato solene na Câmara dos Deputados em celebração ao aniversário da entidade, personalidades que acompanharam de perto a atuação do movimento secundarista na última década comporam a mesa. Mediando o painel de conjuntura, Manuela Braga, presidenta da UBES, mencionou a constância da movimentação secundarista ao chegar na gestão que percorreu mais de seis décadas resistindo e construindo as mudanças na realidade do estudante brasileiro. “Chegamos com muita disposição, marcando as manifestações das ruas com bandeiras fundamentadas na luta estudantil por avanço no acesso e qualidade ao ensino que corresponda aos anseios dessa juventude e que esteja a serviço do Brasil”.

FÓRUM COM PARTICIPAÇÃO ESTUDANTIL

Os novos caminhos e a participação da UBES direcionou a fala dos debatedores. “Vejo no movimento estudantil o partido e a base, o avanço da juventude que alcança as massas e a leva para as ruas em busca de mudanças”, comentou Roberto Amaral, dirigente do PSB e ex-dirigente da UNE ao apontar o evento como “uma demonstração de maturidade da entidade e do movimento”. Para ele, os debates e encaminhamentos do 14º CONEG e a intervenção dos estudantes com os movimentos populares, somará forças à participação nas reformas agrária, do estado, do judiciário, tributária, entre outras “que são necessárias para um país melhor!”, comentou.

Em menção ao enfrentamento das entidades estudantis no papel de vanguarda, o presidente da Juventude Pátria Livre e ex-diretor da UBES, Gabriel Alves, relembrou a defesa da soberania nacional e o investimento em educação. “O ensino é um setor chave para pensar o novo Brasil, crescer e desenvolver. O papel da UBES que está dentro das escolas construindo as mudanças é justamente apontar ao governo do nosso país onde está o problema, e não permitir que riquezas como o petróleo, pelas quais lutamos tanto, fique na mão de empresas internacionais”, citou lembrando que o conjunto de movimentos sociais articulado segue pautando a luta contra os leilões do petróleo e contra a agenda de desnacionalização.

Ressaltando a ânsia por democracia, a presidenta da União Nacional dos Estudantes, Vic Barros, menciona as manifestações que tomaram as ruas do país entre junho e julho. “O volume e as pautas da juventude escancarou as mudanças estruturais que precisamos. A escola que a gente tem hoje se assemelha a um presídio, pagamos caro para chegar até ela, às vezes levamos horas no trânsito”, comentou ao relembrar que mesmo avançando muito nos últimos 10 anos, o acesso ao ensino ainda não foi universalizado com educação de qualidade em todos os níveis.

ESTUDANTES APRESENTAM REIVINDICAÇÕES

Painel1_intervenções

A abertura para as contribuições dos estudantes elencou diversas pautas do movimento estudantil, entre eles o financiamento da educação, a não privatização, contra a redução da maioridade penal, democratização dos meios, entre outras pautas.

O vice-presidente da UBES, Caio Pinheiro, afirmou que o momento comemorativo evidencia a maturidade e a necessidade de permanecer em luta. “Gerações anteriores e as gerações herdeiras testemunham que avançamos 50 em 10 anos, a nossa mentalidade evoluiu com mais acesso à informação, mas não podemos parar no tempo. Nós pensamos pensar no futuro e é nas salas que vamos construir isso”, argumentou.

O diretor da UBES no Amazonas e em Roraima, Matheus Conceição, afirmou que em 2013 teremos um ciclo vencido que precisa se renovar junto com os novos desafios. “Iniciamos um novo momento político com participação ampla da juventude, é necessário ter mais participação das mulheres, para que elas estejam em todos os lugares”, concluiu reivindicando a democratização da mídia brasileira.

Johny, representando a União Sergipana dos Estudantes Secundaristas (USES) exclamou sobre a participação da juventude nos espaços de decisão e debater questões como a maioridade penal. “Precisamos potencializar a nossa participação e pensar na juventude das periferias. Precisamos mudar o pensamento da população sobre a redução da maioridade penal, para que daqui a uns anos não deixemos de construir escolas para construir cadeias”, salientou.

Acompanhado da palavra de ordem “Leilão é privatização, o pré-sal é nosso e não abrimos mão”, Júnior da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), criticou o pagamento de dívidas públicas e os reflexos no financiamento da educação. “O meio de reunir mais recursos para educação é baixar a alta de juros que enriquece somente os banqueiros. Temos o campo de Libra para defender, a nossa história, não podemos deixar vender nosso petróleo.

Também participou da mesa o representante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), juiz eleitoral Marlon Rei e o membro da Comissão de Mobilização de Reforma Política da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e também ex- presidente da UNE, Aldo Arantes.

Da Redação