Plenária da casa permanece tomada há mais de 10 dias, entre as pautas está o auxílio-locomoção dos profissionais da educação, recém- rejeitado pelos parlamentares
Com atos de apoio, doações em dinheiro e mantimentos os estudantes da capital do estado de Goiás engrossaram fileiras na ocupação da Câmara dos Vereadores, iniciada na terça-feira (08/10), junto aos profissionais da rede municipal de ensino, estudantes marcaram presença nas manifestações, passeatas e colaborando com os itens necessários a quem tomou o plenário, até a conquista de diálogo e tramitação de pautas em defesa dos professores goianienses que levou a desocupação na segunda-feira (21/10).
Como conta Daiany Macedo, 20, do Instituto de Educação de Goiás e membro da União Goiana dos Estudantes Secundaristas (UGES), presente nos atos: “os estudantes fizeram doações e também permaneceram na Câmara junto aos professores. A mobilização estudantil reuniu várias escolas do centro da cidade e a manifestação durou mais de 10 dias lá dentro plenária”.
A desocupação da Câmara Municipal de Goiânia foi iniciada nesta segunda-feira (21/10), após uma comissão organizada pelos professores para debater na prefeitura ser recebida e as bandeiras de luta entraram em negociação. Daiany afirma: “as pautas estão tramitando, o prefeito pediu um prazo de 15 a 90 dias”. Abertura de diálogo que indica nova fase da educação municipal.
Os professores da rede da capital entraram em estado de greve no dia 24 de setembro, reivindicando o benefício de transporte para todos os professores e auxiliares educativos, a renegociação da data-base e melhoria condições de trabalho.
A Câmara foi ocupada (em 08/10) após rejeição parlamentar a emenda do projeto de lei proposto pela prefeitura, que cria e estabelece regras para a concessão do auxílio-locomoção, substituindo a atual Gratificação de Difícil Acesso, que, segundo a prefeitura, foi questionada pelo Ministério Público.
O projeto de lei complementar da prefeitura que trata do auxílio-locomoção prevê a concessão de R$ 133,30 mensais para os professores que trabalham 20 horas semanais, R$ 200 para os que tenham carga horária semanal de 30 horas e R$ 266,60 para os que trabalham 40 horas. Duas emendas defendidas por vereadores da oposição, pouco antes do início da votação do projeto, estabeleciam os valores do auxílio, elevando-os para, respectivamente, R$ 213,02; R$ 319,14 e R$ 425,26, e estendendo-os para os servidores administrativos e auxiliares da atividade educacional.