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Eu pago, eu quero saber! Quem avalia as escolas privadas?

Se ninguém fiscaliza, o preço aumenta, mas a qualidade não! Hoje, não existe no Brasil um indicador oficial que avalie individualmente o rendimento de uma escola privada, abrindo brechas para diversas irregularidades

A mensalidade aumentou. Esse mês precisa pagar a taxa diferenciada. É a escola mais cara da região, mas o ensino deve ser o melhor. Quem estuda em instituição privada ao menos uma vez já disse isso, mas será mesmo que pagar caro é garantir qualidade no ensino?

Sabemos a que pé anda a nossa educação pública porque existem mecanismos que avaliam cada uma das escolas do país. Um exemplo é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (o IDEB) que a partir dos dados sobre aprovação escolar, médias e desempenho (obtidos por meio do Censo Escolar, Inep, Saeb e Prova Brasil) apresenta os índices de cada escola pública – sendo elas municipais, estaduais ou federais.

Mas quem é responsável por avaliar a instituição privada? Como eu sei que a mensalidade é abusiva, ou como cobrar transparência e até mesmo exigir melhorias na estrutura escolar?

Aí está o problema: ainda não existe no Brasil um indicador oficial que avalie individualmente o rendimento de uma escola privada. O próprio Ministério da Educação faz uma avaliação amostral das escolas particulares por região, sem indicar especificamente o rendimento escolar ou qualquer outra informação precisa de uma determinada instituição.

Educação não é mercadoria

Entre os vários fatores que nos levam a crer que é um mito afirmar “se é pago é bom” está o apontado pelo movimento Todos Pela Educação, que ao comparar o desempenho entre as escolas públicas e particulares, concluiu ser mais relevante a bagagem dos estudantes do que a qualidade no ensino. No artigo publicado em fevereiro deste ano eles afirmam que “a diferença está na bagagem cultural e no contexto socioeconômico de cada secundarista” que já ingressa na instituição de ensino “com um acúmulo de conhecimento superior ao dos alunos de escola pública e, consequentemente, criam um capital cultural maior”.

Mitos como o de que o professor da instituição privadas são mais capacitados também caem por terra quando consideramos que estes mesmos profissionais são formados pelas mesmas instituições – sem nenhuma fiscalização ou ferramenta normativa que estipule e compare seus rendimentos.

Se educação não é mercadoria e o preço não regula a qualidade, a regulamentação das escolas privadas está mais do que na hora de entrar em discussão pela população. Disponibilizamos aqui o IDEB com Resultados e Metas de sua escola.

Da Redação