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JORNADA DE LUTAS LEVOU DEFESA DA EDUCAÇÃO PARA AS RUAS DE TODO O BRASIL

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A Jornada Nacional de Lutas já é uma agenda tradicional da União Brasileira dos Estudantes, junta à UNE e ANPG. Em uma só voz, estudantes levam alegria e luta para as ruas, pintando de todas as cores as principais cidades e universidades de todo o país. Neste ano de 2013, a união da juventude brasileira foi o diferencial. As entidades estudantis, os jovens do movimento social, dos trabalhadores/as, da cidade, do campo, as feministas, as juventudes partidárias, religiosas, LGBT, os coletivos de cultura e das periferias trouxeram ainda mais força e combatividade para as manifestações.

As paralisações começaram no dia 26 de março, em Porto Alegre, e seguiram em avalanche por Curitiba, São Paulo, Goiânia, Manaus, Aracaju, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, Chapecó e muitas outras cidades.

JUVENTUDE NA RUA QUAL É SUA MISSÃO
A pauta de reivindicação deste ano trouxe a defesa incondicional dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB), 50% do fundo social do Pré-sal e 100% dos royalties do petróleo para a educação pública. A reforma política, a democratização dos meios de comunicação, o trabalho decente para os jovens e o fim do extermínio da juventude negra também foram eixos centrais.

Os protestos giraram em torno da exigência de mais investimentos na educação, o que consequentemente levará o país para o caminho do ensino de excelência, com mais acesso, mais bolsas, melhor salário para professores e funcionários, infraestrutura, fim do analfabetismo, mais pesquisa e extensão, além de tantas outras melhorias.

Pautas regionais também foram incorporadas em cada estado, como a melhoria do transporte público local, a luta pela assistência estudantil nas universidades e o passe livre estudantil.

Em Minas Gerais, por exemplo, os estudantes exigiram a criação imediata da PEC do Fundo Social do Minério, relacionada ao fato de que o estado de Minas fica com apenas 2% do faturamento líquido sobre a exploração do minério, mesmo sendo o maior produtor nacional.

Em Salvador, a juventude questionou um caso bem peculiar: a implantação de um programa pedagógico de cunho racista e homofóbico nas escolas baianas, o chamado Alfa e Beto.

No Rio de Janeiro, o sucateamento e a regulamentação do ensino privado foram amplamente debatidos.

Em São Paulo, a pressão e o barulho fizeram com que uma comissão estudantil fosse recebida pela vice-prefeita, Nádia Campeão e também pelo secretário estadual de educação, Herman Jacobus Cornelis Voorwald. Na pauta de exigências estava o passe livre para os prounistas e também a rejeição ao Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), que prevê o ingresso de estudantes cotistas na universidade mediante a conclusão de um curso preparatório com duração de dois anos, uma espécie de “college”.

ESPLANADA DE TODAS AS CORES
Em Brasília, a presença de mais de 40 movimentos sociais representados por 4 mil jovens mostrou toda a energia da Jornada. Com rostos pintados e cartazes em punho, os manifestantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios chamando a atenção de quem passasse pelo local.

O ápice se deu em frente ao Congresso Nacional, quando o presidente da UNE, Daniel Iliescu, e a presidenta da UBES, Manuela Braga, chamaram os estudantes para ocuparem o gramado em frente ao tradicional espelho d’água.

Como resultado da grande marcha, uma comissão de juventude foi recebida pela presidenta Dilma Rouseff.

“O encontro com a autoridade máxima do país foi o reconhecimento da força e do protagonismo da juventude do Brasil” destacou Iliescu. De acordo com ele, a presidenta afirmou que olhando para trás nunca viu um momento de tanta unidade em defesa de avanços para os jovens.

DA UNIDA NASCE A FORÇA
Durante todo o período da Jornada de Lutas, jovens brasileiros dos mais diferentes movimentos sociais se uniram em busca de um único objetivo: conquistar avanços significativos para o Brasil. Dessa forma, unidos, acabaram por formar um dos mais importantes movimentos dos últimos tempos em defesa da educação.

Para Iliescu, a Jornada seguiu uma linha única de interesses e vontades a favor de um novo Brasil. ”Para enfrentar a crise é preciso incorporar a juventude ao desenvolvimento do país. Incluir o bônus demográfico atual exige uma política econômica soberana que valorize o trabalho, a produção, o investimento e as políticas sociais, e não a especulação. Esse é o melhor cenário para tornar realidade os direitos dos jovens do Brasil’’, pontuou.

Renata Bars

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