A cidade de Manaus deu mais uma vez a demonstração de seu poder de mobilização. A manifestação realizada na tarde dessa quinta (20) colocou a cidade na rota dos grandes protestos que percorrem o país pela redução da tarifa do transporte coletivo, contra a corrupção, e por mais investimentos em educação e saúde. Nossas ruas foram testemunhas de que os anseios por transformações sociais e o compromisso de lutar por elas está bastante vivo.
Quem sempre se dedicou em conclamar a população no rumo de mudanças estruturais no país participou com euforia de umas das maiores festas da democracia já vistas na cidade. Mais de 70 mil pessoas, levando sua indignação às ruas e se somando a reivindicação maior: a drástica redução da tarifa do transporte público. Estudantes, pais, mães, negros, índios, LGBT´S e trabalhadores em geral aprenderam, ensinaram e, sobretudo, EXERCITARAM a cidadania de forma mais bonita do que em qualquer aula de Direito.
As vozes que ecoaram nas ruas revelam a vontade enorme de apontar aos governantes as saídas que queremos para os problemas que enfrentamos. A insatisfação gritante contra a qualidade do transporte coletivo em Manaus, o preço elevado da sua tarifa e a corrupção nas mais distintas estruturas de poder exige, rapidamente, medidas drásticas e efetivas para combater e solucionar tais afrontas à sociedade.
Diante disso, observamos com indignação ainda maior a resposta dada pelo prefeito Arthur Neto. Ontem (20), ele afirmou em duas oportunidades à imprensa que não reduzirá a tarifa do transporte público porque não costuma recuar diante de pressões. Ora, fica ainda mais claro que sua gestão tem qualquer outro compromisso, menos o de apresentar políticas públicas para reverter o caos diagnosticado pela população. Em meio a uma das maiores demonstrações de que a democracia no Brasil precisa avançar ainda mais para criar espaços onde o povo tenha oportunidade de participar da definição dos rumos de sua própria vida, o prefeito escolhe fincar seus pés no atraso e, de forma arbitrária, tenta inibir essa busca.
CONDENAMOS, ENTRETANTO, A INICIATIVA DAQUELES QUE, ISOLADAMENTE, ESCOLHEM A VIOLÊNCIA PARA EXPRESSAR SEU PROTESTO. Embora ainda haja graves problemas sociais e gestores com quase nenhuma aptidão para viver em ambiente democrático, como o prefeito da capital do Amazonas, a escolha por atitudes agressivas não denotam maior grau de insatisfação. Ao contrário. Abrem margem para que pessoas como Arthur Neto busquem deslegitimar o grito das ruas e justificar a falta de vontade política em atender as reivindicações populares.
Mas não há ninguém que consiga abafar o clamor de milhões de brasileiros que espalharam sua revolta em diversas cidades do país. Muito menos a de mais de 70 mil amazonenses que fizeram o mesmo em Manaus. Convidamos toda a população para se organizar e, juntos, conseguir vitórias concretas para todos nós!
UNE, UBES, UMES-MANAUS, UEE-AM, UESAM, UBM, UNEGRO, CTB, CUT, MST-MANAUS, SINDICATO DOS METALURGICOS, SINDICATO DA CONSTRUÇÃO CIVIL, SINTEAM, SINDICATO DOS PETROLEIROS