Entidades estudantis realizaram atos pedindo investigação nas denúncias de superfaturamento nos contratos dos prédios alugados pela SEMED, que custaram só até julho 9 milhões de reais. As novas ações exigem prestação de contas
O ofício solicitando a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi entregue por entidades estudantis na quarta 18/9, junto com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM). Diversos atos aconteceram, dando início à uma campanha por petição de iniciativa popular que coletará assinaturas com o objetivo de pressionar a CMM a investigar o caso.
Atualmente, 172 escolas de Manaus funcionam em prédios alugados sem terreno próprio, o que custa aos cofres do município aproximadamente R$ 29 milhões por ano. As entidades cobram a imediata investigação das denúncias feitas pelo subsecretário de educação da capital amazonense, Deusamir Pereira, exonerado do cargo um mês após denuncia.
Reafirmando a pressão feita pelos estudantes, o diretor da UBES no estado, Matheus Conceição, afirma que a polêmica que afeta diretamente o ensino nas salas de aula, potencializa o papel decisivo das manifestações. “Nós apoiamos, sabemos que essa petição é resultado da nossa entrada com o pedido de CPI. Estamos iniciando agora a mobilização dos secundaristas para ganhar o apoio de toda sociedade manauara”, comentou.
Após protocolar e entregar ofício pedindo a apuração das denúncias, os estudantes lavaram a entrada da Secretária Municipal de Educação (SEMED) na quinta-feira 19/9 para cobrar do secretário de educação do município, Pauderney Avelino, posicionamento sobre as declarações feitas pelo ex-subsecretário.
Em ato político simbólico, na quarta 25/9, integrantes do movimento estudantil do estado levaram um caixão para dentro do plenário da CMM em alusão à ‘um velório da Educação’ como meio de protesto. Vestidos de preto, os estudantes cobraram a investigação do suposto esquema de fraudes que refletem diretamente na falta de investimentos e de qualidade no ensino oferecido nas salas de aula.
As manifestações contaram com a participação de representantes da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-Manaus), União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM).
Segundo ex-presidente da UBES e atual vice-presidente da UNE, Yann Evanovick, os vereadores têm a obrigação de investigar o caso e cobrar explicações do Executivo. “Já protocolamos o pedido de CPI na Câmara, vamos às ruas coletar assinaturas da população e esperamos um posicionamento do parlamento sobre o assunto. As denúncias são graves e não podem ser esquecidas uma vez que se trata de dinheiro público”, destacou em entrevista.
Chamando a população para cobrar explicações do poder público sobre esses contratos, está disponível um abaixo-assinado online que pode ser acessado no site www.peticaopublica.com.br. Onde basta clicar no link “CPI PARA INVESTIGAR OS CASOS DE SUPERFATURAMENTO NOS ALUGUÉIS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE MANAUS” para assinar.
Representantes do movimento estudantil participam da coleta e conscientização nas ruas e escolas, a ação também será feita no centro da cidade, terminais e outros locais públicos. Na próxima semana o SINTEAM inicia uma agenda de visitas as escolas da cidade em busca das assinaturas da população.