Reforma Política para garantir paridade de gênero nas eleições 2014, debate do feminismo nas escolas e o combate ao machismo por meio da Reformulação do Ensino Médio são destaques para o próximo período
Todo ano, a juventude secundarista sai às ruas no 8 de Março para reafirmar suas bandeiras contra os históricos desafios que as mulheres enfrentam no Brasil e no mundo. Este ano, na segunda gestão consecutiva em que uma jovem mulher é eleita presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), o movimento estudantil reafirma a luta cotidiana pela emancipação feminina e o enfrentamento ao machismo.
Essa é uma luta construída no dia a dia, por isso, as diretrizes das principais atividades dos secundaristas buscam inserir as jovens mulheres nos espaços de decisão, e não por acaso. Atualmente, o Brasil ocupa o 121º lugar com relação à participação das mulheres na política em um ranking de 189 países.
A UBES colocou o debate feminista no centro de suas discussões. Não apenas no 8 de Março com a comemoração do Dia Internacional da Mulher, mas alçará bandeira nas urnas em outubro com a campanha Se Liga 16! pautando na reforma política a maior participação das mulheres.
A mesma pauta será encabeçada em campanha nacional neste mês de março por todo o país na Jornada Nacional de Lutas da Juventude brasileira. Nas ruas, a promessa é ocupar as principais capitais reafirmando os desafios do povo brasileiro em garantir a representatividade feminina em todos os espaços.
A Reformulação do Ensino Médio também é feminista! A ousadia secundarista vai mais adiante nesse período, o desafio é garantir nas mudanças curriculares a inclusão de disciplinas que ponha fim aos tabus e permita a educação sexual nas escolas, o fim da disseminação do sexismo que segrega e deforma comportamentos movidos pelo machismo.
Enfrentamos uma séria crise na organização política do país no quesito de representatividade, onde levaríamos, segundo pesquisa do IBGE, 150 anos para atingir paridade nos espaços de poder, partindo do âmbito municipal. Os dados são alarmantes, já que no Senado Federal, apenas 13 das 81 vagas são ocupados por mulheres, sendo que, atualmente, oito senadoras exercem ativamente a atividade. Apenas uma das 11 comissões da Casa é presidida por uma senadora.
Na Câmara dos Deputados, das 513 vagas, 44 são ocupadas por mulheres e apenas uma das 21 comissões permanentes é liderada por uma deputada. As mulheres ocupam apenas 10% das prefeituras e representam 12% dos membros das câmaras municipais.
Segundo dados do Ibope em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, a maioria dos brasileiros apoia reforma política como meio de garantir maior participação das mulheres, opinião que figura entre o mote principal de mobilização no calendário do movimento estudantil.