Quem, além de nós, poderia se orgulhar de chegar ao 66º aniversário com muita autoridade e dizer que sempre esteve do lado do povo brasileiro? Nascemos da necessidade de luta, da luta de cada estudante que em 1948 deu o pontapé na criação da maior entidade do movimento social brasileiro. Mais do que 50 milhões de estudantes na sua base, mais do que 66 anos de existência, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas é o instrumento de luta daqueles que sonham com um novo Brasil, com uma educação pública, democrática, de qualidade.
De passeata em passeata, a cada grêmio montado, a UBES se mantém presente do norte ao sul do país na vanguarda de uma batalha aguerrida por um Brasil que avança e amplia os direitos para a juventude. A UBES da “Revolta dos Bondes”, a UBES do “Petróleo É Nosso”, a UBES do enfrentamento à ditadura militar, a UBES das “Diretas Já”, a UBES do “Fora Collor” e tantas outras. Todas essas estão na mesma gloriosa e combativa UBES, que no último período, conquistou as maiores vitórias da educação brasileira.
A UBES somos nós! Que colocamos milhões de estudantes pelas ruas e avenidas brasileiras gritando uma só palavra de ordem: “10% do PIB para a educação”! E depois de muita jornada de luta, de muita passagem em sala de aula, de todo debate feito com a sociedade até as emendas propostas, aprovamos um Plano Nacional de Educação com a nossa principal bandeira, a bandeira de uma geração.
Nesses 66 anos, para além da nossa luta em defesa de tudo aquilo que acreditamos ser mais avançado para os estudantes brasileiros, para além das pautas educacionais e pedagógicas. A nossa contribuição é dada ao Brasil e ao povo na defesa do passe livre irrestrito, a meia-entrada em eventos esportivos, culturais e sociais, a conquista da lei do grêmio livre e também conquista do voto aos 16 anos. A UBES tem lado, a UBES é Brasil e assim nos manteremos sempre em defesa da soberania nacional e do desenvolvimento desta nação.
No bojo deste aniversário é necessário lembrar também de figuras ímpares para a história dessa entidade. Não tem como falar de UBES e não falar de Edson Luís, símbolo da luta estudantil contra a ditadura militar ou de Helga Holfman, primeira mulher eleita presidenta desta entidade. Com a certeza de que muito já conquistamos, mas que a nossa luta se constrói a cada dia e se perpetua na irreverência e combatividade de cada estudante secundarista brasileira, vale lembrar um trecho da música do grande sambista Jorge Aragão: “E quando chegar no terreiro, procure primeiro saber quem sou. Respeite quem pode chegar onde a gente chegou”.
Que se alarguem as avenidas, pois a gloriosa União Brasileira dos Estudantes Secundaristas mostrará que como filha desta pátria nunca fugirá da luta.
Vida longa à luta dos estudantes secundaristas brasileiros. Vida longa à UBES!
* Wesley Machado
Secundarista baiano, diretor de Cultura da UBES