Cada conquista leva um pouco do seu nome: Edson Luís, presente!
Quem nunca se esqueceu de alguma coisa importante ou não conseguiu se lembrar daquele dia marcante? Pois é mais normal do que parece… Afinal, a nossa história é feita do recorte de diversos fatos que, muitas fezes, fogem à memória. Com o movimento estudantil não é diferente. São muitos detalhes que nos escapam, e se não bastasse, na trajetória dos estudantes brasileiros ainda apareceu a tirania de uma ditadura que fez de tudo para apagar essa memória.
Por isso, o mês de março é simbólico para o movimento estudantil, quando acontece a já tradicional Jornada Nacional de Lutas. Esse é o período em que os estudantes brasileiros realizam atos e manifestações por todo país, culminando no dia 28, em homenagem a duas figuras marcantes para a juventude brasileira. Uma delas é o estudante secundarista Edson Luís, assassinado com uma bala no peito disparada por militares durante repressão a um protesto no restaurante universitário Calabouço, no Rio de Janeiro, em 1968. Edson reivindicava preços mais justos para a alimentação dos estudantes.
A Jornada lembra ainda a data de nascimento (em 1947) de uma das principais lideranças estudantis da história brasileira; o ex-presidente da UNE, Honestino Guimarães, preso, torturado e assassinado pela ditadura militar no Rio de Janeiro. Honestino, com seus anseios em mudar o Brasil e o mundo, continua um símbolo vivo para diversas gerações.
Há vários anos, a Jornada Nacional de Lutas vem sendo organizada anualmente pelas entidades estudantis com objetivo de intensificar a pauta por melhorias na educação, na cidade e no campo, no transporte público, pela reformulação do ensino médio.
Logo após completar 50 anos de ‘descomemoração’ do golpe militar e em plena disputa dos rumos da democracia brasileira, ao lado dos grêmios estudantis, UMES, UEES, UNE e ANPG, a UBES chega ao 28 de março de 2015 com um calendário preparado para ocupar as ruas em defesa do Brasil e por mais direitos. Os estudantes já estão tomando as avenidas do país para barrar a ofensiva conservadora e aprovar uma verdadeira reforma política e dar fim à corrupção e defender a democracia.
Às portas de uma grande mudança no sistema político brasileiro, a juventude enfrenta o Congresso Nacional mais conservador e limitado desde a ditadura militar. Não por acaso, hoje, entre as grandes lutas dos secundaristas está em impedir a redução da maioridade penal que tramita na Câmara dos Deputados.
Edson Luís, símbolo do tradicional calendário dos estudantes, segue vivo na memória da estudantada que caminha na vanguarda da resistência, em defesa dos direitos humanos e de todo povo brasileiro.
Cada conquista leva um pouco do seu nome. Edson Luís, presente!
Da Redação.