Coletivo oferece curso gratuito para preparar travestis e transexuais para o Enem

A intenção é oferecer oportunidades para aqueles que tiveram a formação escolar prejudicada 

O projeto Prepara Nem recebe transexuais, travestis e outras pessoas em situação de vulnerabilidade social e preconceito de gênero para um curso preparatório do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O coletivo tem sede no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro.

O projeto foi criado por Thiago Bassi, um dos fundadores do coletivo Tem Local, e da ativista Indianara Alves Siqueira, os principais nomes na luta pelos direitos de travestis e transexuais no país.

O grupo promove ações afirmativas para a população LGBT, a qual enfrenta inúmeras barreiras, do preconceito e da intolerância, levando muitos a interromperem a vida escolar precocemente.

De acordo com o diretor de combate a opressões da União Gaúcha dos Estudantes (UGES), Ismael Boeira, fornecer esse tipo de ação é importante para dar oportunidade para a comunidade LGBT.

“Sabemos que a escola é um agente transformador da sociedade. Oportunizar o acesso a educação de qualidade para essas pessoas fornecerá um novo olhar a essas pessoas que muitas vezes acabam encontrando a prostituição como o único meio de sobrevivência”, afirma.

O coletivo quer oferecer outros cursos com foco neste grupo. Segundo Thiago Bassi, a intenção é oferecer oportunidades para aqueles que tiveram a formação escolar prejudicada. “Como muitas delas deixaram a escola muito cedo, a gente quer oferecer também cursos com noções de outros idiomas e de informática para que elas possam também concorrer a vagas em cursos técnicos”.

Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) acontece nos dias 24 e 25 de outubro deste ano. Nos dias dos exames, os portões nos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h, mas as provas iniciarão às 13h30. O prazo para inscrições está encerrado.

No dia do exame, as pessoas trans que solicitaram a utilização do nome social deverão ser tratadas pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam.

Débora Neves, com informações do O Dia.