Nos institutos federais e escolas técnicas, o calendário de atividades segue até abril
Nos últimos 12 anos, a rede técnica do país passou por uma expressiva expansão que ampliou o número de unidades — de 140 para 562. Porém, junto com a ampliação da rede, surgiram demandas novas pautadas pela juventude.
Há um mês, o movimento estudantil iniciou em diversos estados brasileiros a Jornada Nacional de Lutas pelo Ensino Técnico, séria de manifestações organizadas pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
Com calendário de mobilizações previsto para acontecer até o final de abril, as atividades já passaram por 11 estados, pautando reivindicações como a assistência estudantil, passe livre e bandejão.
De norte a sul do país, os estudantes protagonizam em seus institutos federais (IFs) e escolas técnicas paralisações, atos e intervenções culturais.
A pauta da assistência estudantil ganhou destaque no Instituto Federal do Amazonas (IFAM), onde a juventude do campus Centro organizou abaixo-assinado entregue à reitoria pela ampliação dos alojamentos estudantis, da biblioteca, implementação do passe livre e cotas para sistema de novos ingressantes.
Nas escolas técnicas estaduais as lutas não são diferentes. Em Sorocaba (SP), a batalha contra o corte da merenda tradicional levou os estudantes da ETEC às ruas. Muitos secundaristas que estudam em período integral protestaram contra a chamada “merenda seca”.
A necessidade emergencial de construir restaurantes estudantis mobilizou os campi do IF de Goiás, onde os secundaristas da cidade de Inhumas e Anápolis reivindicaram a construção do bandejão e reformas estruturais como a reforma das quadras e do anfiteatro.
Contra os cortes do governo do Estado, em Novo Hamburgo (RS), com baterias, cartazes e palavras de ordem deram corpo à manifestação da juventude para pressionar pela devolução dos 15% tirados do orçamento. Em Campo Bom, após debates os estudantes sintetizaram as manifestações em um documento.
Na última sexta-feira (17/04), os secundaristas do Rio de Janeiro, junto com a AMES e a UEES-RJ também protestaram contra o corte estadual e demissão de profissionais da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC).
No Instituto Federal de Alagoas (IFAL), as paralisações pela climatização das salas de aula já deram resultado e os estudantes conquistaram o comprometimento da reitoria com a pauta. Inclusive, alguns bebedouros que faziam parte das reivindicações já foram entregues.
Em Brasília, uma passeata com aproximadamente 2 mil jovens ocupou a Esplanada dos Ministérios e uma comissão de estudantes foi recebida no final da tarde pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro. Eles apresentaram uma pauta de reivindicações em que pediam mais democracia nas escolas com a livre organização de grêmios e participação dos estudantes na escolha dos diretores, além de levarem até o ministro casos de falta de estrutura em muitas instituições.
Novas atividades acontecerão pelo Brasil. No Mato Grosso e na Paraíba, atividades das entidades estudantis regionais já deram início aos debates em torno da jornada e nos próximos dias devem ocorrer atos em diversas cidades.
Acompanhe pelas redes sociais da UBES ou acesse aqui o calendário nacional de lutas.
Da Redação