Depois de iniciar a ocupação do colégio Aloísio Dias, em Mutuípe (BA) contra demissões e atraso de pagamento dos funcionários terceirizados, o movimento secundarista realizou nesta quinta-feira (7), ato na Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEEB). Cerca de 350 secundaristas de doze colégios do município de Simões Filho e de Salvador cobram medidas do órgão contra o sucateamento do ensino baiano.
Desde o período da manhã, o grupo de estudantes permanece na SEEB, onde ocuparam o auditório para apresentação das pautas de reivindicação. À tarde, cerca de 40 secundaristas do colégio estadual Bolivar Santana chegaram à Secretaria, no entanto, tiveram o acesso impedido pela segurança.
Danilo Carvalho é estudante do 3º ano da escola ocupada e denuncia a o sucateamento. “Essa situação é a realidade de todo estado: problema do corte de gastos para compra de materiais, problema de infraestrutura e a questão pedagógica. Muitas escolas estão sem professores. Onde estudo, não tem professor de geografia desde o início do ano”, explicou.
Amanda Keila, do colégio estadual Senhor do Bonfim, ressalta a precarização do cotidiano escolar. “Como uma escola com 500 alunos não tem merenda, não tem vigilância? É uma realidade de decadência que viemos denunciar”.
Segundo relatos dos diretores da Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES) e da UBES, há merendeiras e vigilantes que estão há cinco meses sem receber salário. A manifestação também questionou a estrutura precária das instituições que funcionam em prédios provisórios e a redução da carga horária de aulas.
“O problema da falta de aulas está ampliando em todo o estado, em muitas escolas os estudantes tem aulas de 20 minutos, o que é um absurdo. Queremos respostas imediatas para que os problemas sejam resolvidos, do contrário, ocuparemos a Secretaria”, contou o diretor de políticas educacionais da ABES, Victor Santos.