Meio milhão em São Paulo, 300 mil no Rio de Janeiro, 250 mil em Belo Horizonte, 100 mil em Salvador, Fortaleza, Natal. Os atos deste 15 de maio contra o corte de R$7,9 bilhões no Ministério da Educação impressionaram pelas grandes multidões e presença em todas as capitais brasileiras, além de cidades médias e pequenas.
No fim da tarde, as entidades estudantis convocaram para 30 de maio o Segundo Dia Nacional em Defesa da Educação. “Nós voltaremos às ruas até reverter este corte e ter uma escola e uma universidade públicas do tamanho dos sonhos da juventude”, discursou Pedro Gorki, presidente da UBES, em Brasília.
Após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) dizer, dos Estados Unidos, que estudantes eram “massa de manobra” e “idiotas úteis”, Gorki defendeu a escola como espaço para formar cidadania. Ele citou o educador Anísio Teixeira: “Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a escola pública”
O potiguar de 18 anos pontuou ainda que a qualidade da educação pública não importa apenas para quem é estudante, mas também para todo o país que deseja desenvolvimento, democracia e soberania.
Desde o início do governo Bolsonaro, a educação passa por entraves, como a paralisação da pasta, trocas de nomes, disputas internas, falta de projetos e tentativas de ideologização. O corte do orçamento da rede federal de ensino, anunciado inicialmente como penalização por balbúrdia, “foi a gota d’água que virou um tsunami”, analisa o estudante de 18 anos.
A tag #TsunamiDaEducação passou boa parte do dia 15 de maio no topo dos Trending Topics do Twitter. A expressão faz referência a uma fala de Bolsonaro na semana anterior, quando o presidente disse que talvez houvesse “um tsunami” no período seguinte, sem explicar ao que se referia.
Desde que o governo Bolsonaro anunciou o corte de 30% do orçamento da rede federal de ensino, uma movimentação de indignação começou a fervilhar em universidades e Institutos Federais, com as tags #TiraAMãoDoMeuIF e #TiraAMãoDaFederal. O impulso para a mobilização neste dia 15 de maio aconteceu com a Paralisação Nacional da Educação já marcada por sindicatos por professores e que tomou novo fôlego com a adesão de milhares de estudantes do Brasil todo. Além dos federais, todos os setores e redes de ensino participam da greve.
O bloqueio do governo Bolsonaro de R$ 7,9 bilhões no orçamento da educação atinge todos os setores, não só a rede federal de ensino (IFs e universidades federais). Isso porque muitos programas federais para a educação básica perdem no total R$2,3 bilhões para o segundo semestre. Leia mais aqui.