Na quarta-feira, 14 de agosto, estudantes de todo o Brasil se reuniram em um grande ato nacional em defesa da educação, manifestando-se contra os recentes cortes de verbas destinados ao setor educacional e contra a militarização das escolas. A mobilização foi marcada por uma série de protestos em várias cidades, onde a indignação estudantil ganhou as ruas e chamou a atenção para as crescentes dificuldades enfrentadas pelas instituições de ensino.
Em São Paulo, o ato reuniu milhares de estudantes no centro da cidade. Os manifestantes, portando cartazes e faixas, se concentraram inicialmente em frente ao MASP (Museu de Arte de São Paulo) e seguiram em direção à ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), onde entoaram palavras de ordem e expressaram seu repúdio às políticas de corte de verbas e à militarização das escolas estaduais. Durante o protesto, diversas lideranças estudantis discursaram, reforçando a necessidade de maior investimento na educação pública e de resistência contra o desmonte do sistema educacional.
No Rio de Janeiro, os protestos aconteceram na Praça da Cinelândia, reunindo dezenas de entidades estudantis, e seguiram até a sede das Secretarias de Educação e Ciência e Tecnologia, onde ocorreu uma ocupação em que se denunciou os cortes orçamentários cometidos pelo governador fascista Cláudio Castro (PL).
Os estudantes, no entanto, conseguiram chamar a atenção da sociedade e da mídia para as questões que estão afetando diretamente o futuro da educação no Brasil. De acordo com lideranças do movimento, a redução de verbas afeta não apenas as universidades, mas também programas de pesquisa, assistência estudantil e até a manutenção básica das instituições.
O ato também foi marcado pela presença de professores e servidores públicos, que se uniram aos estudantes em um grito conjunto por mais investimentos e valorização da educação. Em algumas cidades, como Porto Alegre, a comunidade universitária participou ativamente do ato, mostrando que a luta pela educação é uma causa que transcende as salas de aula e abrange toda a sociedade.
Além dos cortes de verbas, outro tema que ganhou destaque nas manifestações foi a militarização das escolas estaduais de São Paulo, uma medida que, segundo os manifestantes, agrava a já difícil situação da educação pública. “A militarização não resolve os problemas da educação. Pelo contrário, ela cria um ambiente de repressão e medo, afastando os estudantes da escola e do processo de aprendizado”, disse um dos organizadores do ato.
As manifestações do dia 14 de agosto deixaram claro que a juventude brasileira não está disposta a aceitar passivamente as medidas que ameaçam o direito à educação. Com cartazes que diziam “Educação não é gasto, é investimento” e “Fora militarização das escolas”, os estudantes mostraram que a luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade continua mais viva do que nunca.
Fotos: Karla Boughoff
Apesar dos desafios e da repressão enfrentada em alguns momentos, o ato foi considerado um sucesso pelos organizadores, que destacaram a importância de manter a mobilização e a pressão sobre as autoridades. E os participantes reforçam que é apenas o começo. A luta continua até que os direitos dos estudantes sejam respeitados e que a educação pública seja tratada com a seriedade que merece.
A mobilização de ontem reforça o papel fundamental dos estudantes na defesa dos direitos sociais e na construção de um futuro mais justo e igualitário para todos.