A campanha do Setembro Amarelo tem como objetivo promover a conscientização sobre a prevenção ao suicídio, um tema delicado que afeta inúmeras pessoas ao redor do mundo, inclusive estudantes. Dentro desse contexto, as escolas têm um papel fundamental no apoio à saúde mental de seus alunos. Entretanto, uma realidade preocupante permanece: o preconceito enfrentado por alunos bolsistas, que muitas vezes se reflete em casos de bullying e exclusão social, afetando profundamente seu bem-estar psicológico.
O preconceito e a realidade dos alunos bolsistas
Estudantes que conquistam bolsas de estudo, especialmente em instituições particulares, carregam o fardo de serem constantemente lembrados de sua condição socioeconômica. Em muitos casos, são alvos de comentários maldosos e atitudes discriminatórias que, embora possam parecer inofensivas para quem as comete, causam danos emocionais irreparáveis. Esse preconceito social contribui para um ambiente hostil, no qual o estudante se sente desvalorizado e, muitas vezes, invisível.
A pressão por desempenho acadêmico somada ao preconceito e à exclusão gera um peso psicológico significativo. Muitos desses alunos não encontram nas escolas o suporte necessário para lidar com essa situação. Assim, em vez de encontrarem um espaço seguro para o aprendizado e desenvolvimento, acabam se sentindo isolados, o que pode agravar transtornos como depressão e ansiedade.
A falha no cumprimento da lei de apoio psicológico nas escolas
A legislação brasileira prevê que todas as escolas devem oferecer atendimento social e psicológico aos alunos. Essa medida visa garantir que todos os estudantes tenham o suporte necessário para lidar com questões emocionais e sociais que podem surgir no ambiente escolar. No entanto, a realidade é que muitas escolas, tanto públicas quanto privadas, ainda não cumprem essa exigência.
A falta de profissionais de psicologia e assistência social nas instituições educativas é uma lacuna que compromete a formação integral dos alunos. Bolsistas, que muitas vezes enfrentam desafios adicionais por sua condição socioeconômica, acabam sendo os mais afetados por essa ausência de suporte. O descumprimento da lei não apenas perpetua a exclusão, mas também deixa jovens em situações vulneráveis, sem o amparo que poderiam ter para prevenir situações de risco, como automutilação e suicídio.
Setembro Amarelo: mais do que um mês de conscientização
O Setembro Amarelo é um chamado para toda a sociedade refletir sobre a importância da saúde mental, principalmente no ambiente escolar. A inclusão efetiva nas escolas vai além de simplesmente garantir a matrícula de alunos bolsistas. É necessário que o ambiente educativo seja acolhedor e promova a equidade, proporcionando um espaço onde todos se sintam pertencentes e possam desenvolver seu potencial sem medo ou discriminação.
O apoio psicológico, garantido por lei, precisa ser uma realidade em todas as escolas. Precisamos cobrar que as instituições de ensino cumpram seu papel, garantindo o bem-estar emocional dos estudantes. A prevenção ao suicídio começa com a criação de um ambiente escolar saudável, onde a saúde mental é priorizada e o preconceito, combatido.
Neste Setembro Amarelo, a UBES reafirma seu compromisso com a luta por uma educação inclusiva e que leve em conta a saúde mental de todos os estudantes. Vamos juntos construir um ambiente escolar onde todos tenham a oportunidade de crescer e se desenvolver, sem medo, preconceito ou discriminação.