No Brasil, milhões de crianças e adolescentes vivem em áreas rurais e dependem das escolas rurais para ter acesso à educação. No entanto, essas instituições enfrentam desafios estruturais e correm risco de fechamento, impactando diretamente a formação desses estudantes e o desenvolvimento das comunidades do campo.
Educação acessível e inclusão social
As escolas rurais desempenham um papel essencial na garantia do direito à educação, pois evitam que crianças e adolescentes precisem percorrer longas distâncias até os centros urbanos para estudar.
Quando essas escolas fecham, cresce o risco de evasão escolar e abandono dos estudos. Para evitar esse cenário, movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promovem iniciativas educacionais no campo, fortalecendo a formação dos estudantes com um ensino voltado à realidade local.
Valorização da cultura e do conhecimento rural
A educação no campo também tem um papel fundamental na preservação da cultura rural. Modelos como o das Escolas Família Agrícola (EFAs) utilizam a Pedagogia da Alternância, integrando a escola à comunidade e promovendo o aprendizado por meio da realidade agrícola e das tradições locais.
Essa abordagem estimula o protagonismo dos estudantes e contribui para o desenvolvimento sustentável das áreas rurais.
Desafios das escolas rurais
Apesar de sua importância, as escolas rurais enfrentam diversos desafios. De acordo com estudos do Centro de Pesquisa em Direito e Inovação (CPDI), muitas dessas instituições carecem de infraestrutura adequada, professores capacitados e transporte escolar suficiente.
Além disso, a organização das turmas segue um modelo multisseriado, no qual estudantes de diferentes idades e níveis de aprendizagem estudam juntos devido à escassez de recursos e profissionais.
Essa realidade é abordada no conceito de classes multisseriadas, que exige metodologias de ensino adaptadas para manter a qualidade da aprendizagem.
Para minimizar os impactos dessas dificuldades, iniciativas como o Programa Escola Ativa foram criadas para atender as especificidades das escolas rurais, oferecendo estratégias pedagógicas voltadas à realidade do campo e reduzindo os índices de reprovação e abandono escolar.
A luta pela educação no campo
Manter e fortalecer as escolas rurais é essencial para garantir educação de qualidade, inclusão social e desenvolvimento sustentável nas comunidades do campo. O fechamento dessas instituições compromete o futuro de milhares de estudantes e ameaça a permanência das famílias em áreas rurais.
Por isso, é fundamental que políticas públicas sejam voltadas para a manutenção, valorização e expansão da educação no campo, assegurando transporte adequado, estrutura de qualidade e formação docente contínua.
A educação é um direito de todos — independentemente de onde se vive!