Linha do Tempo UBES
Das origens até o fim da segunda guerra mundial
1900 - 1950
1901 Funda-se a Federação dos Estudantes Brasileiros
1902É criado o primeiro grêmio estudantil, em São Paulo
1910É realizado o I Congresso Nacional de Estudantes
1929É criada a Casa do Estudante do Brasil, visando à assistência social, promoção, difusão e intercâmbio de obras e atividades culturais
1930 A Revolução de 30 torna obrigatório e expande o ensino primário por todo o país
1934São criadas a Juventude Comunista, a Juventude Integralista, a União Democrática Estudantil
, a Federação Vermelha dos Estudantes e a Frente Democrática da Mocidade1937Fundação da União Nacional dos Estudantes (UNE), dentro do Congresso Nacional dos Estudantes. Golpe de Estado.
Getúlio Vargas implanta o Estado Novo.1942 Os estudantes promovem grandes mobilizações, em diversos estados, contra o nazi-fascismo, e pelo posicionamento do Brasil contra Hitler, na II Guerra Mundial.
Estudantes ocupam prédio do Clube Germânia, de simpatizantes da Alemanha, na Praia do Flamengo, 132, Rio de Janeiro. O presidente Getúlio Vargas cede o local para ser a sede da UNE.1945 – Fim da II Guerra Mundial.
Vargas articula a criação do PSD e do PTB. As oposições articulam a criação da UDN. Deposição de Vargas e fim do Estado Novo.1948Com grande participação dos secundaristas, os estudantes lançam a campanha “O Petróleo é Nosso”, contra a exploração estrangeira das riquezas nacionais
Durante o 1º Congresso Nacional dos Estudantes Secundaristas na Casa dos Estudantes, é fundada a USES – União Nacional dos Estudantes Secundaristas. Luís Bezerra de Oliveira é eleito presidente.1949Em seu 2o congresso, os secundaristas mudam o nome da entidade para UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
Carlos Cesar Castelar Pinto torna-se presidente.1950Secundaristas lideram greve nas escolas do Rio de Janeiro e de São Paulo contra o aumento das taxas escolares.
No 3o Congresso, José Teotônio Padilha de Sodré vira presidente. No mesmo ano, Lúcio Urubatan Rebelo de Abreu o substitui.
Anos de chumbo, anos de luta
1950 - 1970
1951 Tibério Cesar Gadelha torna-se presidente da UBES.
1952 Os estudantes realizam uma grande mobilização em defesa da criação da Petrobras.
No 5o Congresso, Edson Fontoura é eleito.1953É criada a Petrobras.
Dynés Aguiar é eleito presidente.1954 Suicídio de Getúlio Vargas
Aguiar é reeleito.1955 Eleição de Juscelino Kubistchek.
No 8o Congresso, Nissin Castiel torna-se presidente.1956 Jovens realizam campanha contra o aumento da passagem de bondes no Rio de Janeiro, conhecida como “Revolta dos Bondes”.
Vários sindicatos operários se unem aos estudantes nessa luta. A polícia invade a sede das entidades estudantis em repressão ao movimento. Helga Hofman torna-se a primeira mulher eleita presidenta da UBES. No mesmo ano, José Luis Barbosa Ramalho Clerot a substitui, sendo reeleito no congresso seguinte.1958 A UBES promove uma campanha contra o Acordo de Roboré
preconizado por Roberto Campos, que atende aos interesses da multinacional Gulf, e pela abertura de CPI sobre a Shell e a Esso. No 11o congresso, Celso Saleh é eleito presidente.1959 Raimundo Nonato Cruz torna-se presidente.
Sede da UBES1960 Afonso Celso Guimarães Lopes ganha eleição para presidente. Jarbas Santana o substituiu.
1961 – A sede da entidade é transferida, momentaneamente, para Porto Alegre
em defesa da Campanha da Legalidade, pela posse do presidente João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros. O presidente João Goulart visita a sede da UBES1962 Políbio Braga é eleito presidente.
1963 Olímpio Mendes torna-se presidente.
1964 Secundaristas participam do famoso comício da Central do Brasil ao lado de João Goulart e outras lideranças nacionais.
Com a instalação da ditadura militar, a sede das entidades estudantis no Rio de Janeiro é metralhada e incendiada. Ocorrem invasões do regime em universidades do país e, por meio da lei Suplicy de Lacerda, a UBES e demais entidades estudantis são postas na ilegalidade.1966 Costa e Silva é eleito Presidente da República pelo Congresso Nacional.
Revolta dos Bondes Massacre da Praia Vermelha1967 Promulgada a nova Constituição do Brasil. Editada a Lei de Segurança Nacional.
Criação da Ação Libertadora Nacional (ALN). Tibério Canuto de Queiroz é eleito presidente.1968 Revoluções sociais e culturais mobilizam jovens de todo o mundo. No Brasil, o estudante Edson Luis é morto numa manifestação em frente ao restaurante Calabouço.
No dia seguinte, cerca de 50 mil pessoas participam do cortejo fúnebre. Em 21 de junho, confronto entre policiais e estudantes na Praça Tiradentes no Rio de Janeiro fica conhecido como ‘Sexta-feira Sangrenta’. Alguns meses depois, os secundaristas integram a Passeata dos Cem Mil no Rio de Janeiro. Em dezembro, a entidade racha no Conselho de Estudantes Secundários, em Salvador. Com a instauração do Ato Institucional N. 5 (AI-5), aumenta a perseguição. Marcos Antônio Machado torna-se presidente no 19o Congresso; em Conselho dos Secundaristas, Juca Ferreira é eleito.1969 Sequestro do embaixador americano Charles Albrick. Posse de Emilio Garrastazu Médici na Presidência da República.
Criação da Vanguarda Armada Revolucionária -Palmares (VAR-PALMARES).1970 Marcos Brasil torna-se presidente da UBES após praticamente toda a diretoria ser presa
Depois disso, a UBES é desmantelada.
A UBES na luta pela democracia
1970 - 1990
1971 Morte de Carlos Lamarca, capitão do Exército e dirigente da VPR.
O presidente da UNE Honestino Guimarães (foto) desaparece.1973O estudante da USP Alexandre Vannucchi Leme desaparece.
1975 Morte de Vladimir Herzog nas dependências do II Exército.
Manifestação de 10 mil pessoas na Praça da Sé contra o assassinato de Herzog.1979 Secundaristas participam do Congresso de reconstrução da UNE em Salvador e iniciam movimento pela refundação da UBES.
É sancionada a Lei da Anistia.1980 O presidente militar João Figueiredo manda demolir o prédio das entidades estudantis na Praia do Flamengo
que havia sido invadido e incendiado em 1964. Os estudantes protestam e são reprimidos, o prédio é demolido.1981 A UBES é refundada durante congresso em Curitiba. É eleito presidente Sergio Amadeu
1983 O governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, cede a UBES o casarão da Rua do Catete, 234, onde passa a funcionar a sede dos estudantes
É iniciada a luta pelas “Diretas Já!”. Apolinário Rebelo é eleito presidente no 22o Congresso.1984 A UBES apoia a candidatura de Tancredo Neves à presidência da República e participa ativamente da campanha “Diretas Já”,
principalmente da passeata em São Paulo e do comício na Candelária, no Rio. Emenda das Diretas é derrotada no Congresso. Delcimar Pires ganha a eleição para presidente.1985 O Colégio Eleitoral elege a chapa Tancredo Neves – José Sarney.
Tancredo adoece e morre; Sarney é o primeiro Presidente civil da República após a ditadura. A UBES e os grêmios estudantis são legalizados. No 24o Congresso da UBES, Selma Oliveria Baçal torna-se presidenta.1986 Rovilson Brito é eleito presidente.
1987 No 25o Congresso da UBES, Altair Lebre é eleito presidente.
1988 É promulgada a nova Constituição da República com o voto para os jovens de 16 anos, uma conquista da UBES.
Manoel Rangel é eleito presidente.1989 UBES apoia Lula na campanha para presidência da República.
Fernando Collor de Mello é eleito. Manoel Rangel é reeleito.1990 Leila Márcia Santos é eleita no 28o Congresso
Em defesa das conquistas democráticas
1990 - 2023
1992– Mauro Panzera é eleito presidente no 29o Congresso em São Paulo.
Após denúncias de corrupção envolvendo o presidente Fernando Collor de Mello, os estudantes “cara pintadas” realizam uma maratona de grandes manifestações por todo o país, na campanha “Fora Collor”. O presidente renuncia para não sofrer processo de impeachment do Congresso Nacional.1993A UBES realiza uma campanha nacional contra as altas mensalidades do ensino particular
No 30o Congresso da UBES em São Paulo, Joel Benin é eleito presidente.1994O presidente da república Itamar Franco assina um protocolo para a devolução definitiva do terreno da Praia do Flamengo aos estudantes.
O ato da entrega é comemorado no restaurante Lamas, com participação dos jovens e do presidente tomando um chopp.1995Fernando Henrique Cardozo toma posse como Presidente da República.
A UBES inicia uma grande campanha nacional contra a privatização do ensino público e lança campanha pelo ensino técnico: “Queremos mais que apertar parafusos”. Em Goiânia, Kerison Lopes é eleito presidente.1997Juana Nunes é eleita presidenta da UBES no 32o Congresso em Juiz de Fora (MG).
1999Carla Thaís Santos é eleita presidenta da UBES no 33o Congresso em Goiânia (GO).
2000- A UBES participou da fundação da Coordenação dos Movimentos Sociais, uma importante organização que reúne entidades das mais variadas frentes.
2001O Congresso da UBES elege o presidente Igor Bruno Freitas.
Acontece o I Fórum Social Mundial em Porto Alegre. UBES participa de campanha contra a ALCA.2002A UBES apoia a candidatura do ex-metalúrgico e sindicalista Luís Inácio Lula da Silva à presidência, em sua quarta corrida presidencial.
2003O Congresso Nacional apresentou um projeto de lei que institui a proposta da UBES, obrigando as instituições de ensino público superior a reservar 50% das suas vagas para estudantes vindos das escolas públicas
Em Mogi das Cruzes (SP), é eleito presidente da entidade Marcelo Brito Gavião.2005Contra o aumento das tarifas de ônibus, a cidade de Salvador ficou completamente paralisada durante 15 dias com a “Revolta do Buzú”
em Florianópolis a repercussão da movimentação estudantil também ganhou forma com a “Revolta da Catraca”. Thiago Franco é eleito no 36o Congresso em Brasília.2006Lula é reeleito presidente da República com o apoio dos estudantes.
2007Caravana UBES em Defesa do Passe Livre visita 20 cidades em 11 estados brasileiros
O 37o Congresso elege Ismael de Almeida Cardoso em Goiânia (GO).2009Os estudantes mobilizaram a opinião pública com passeatas nacionais da Jornada de Lutas da UBES pelos 10% do PIB para Educação em atos que chegaram a reunir mais de 20 mil secundaristas
Yann Evanovick é eleito no 38o Congresso em Belo Horizonte (MG).2010Dilma Rousseff é eleita a primeira mulher presidenta da República.
2011Em São Paulo, Manuela Braga é eleita presidenta da UBES.
2012Os secundaristas ocupam as ruas do Rio de Janeiro pelos royalties do petróleo e o fundo social do pré-sal para a Educação.
2013O movimento estudantil brasileiro integra a histórica onda de manifestações por mais direitos e mudanças na estrutura da sociedade das Jornadas de Junho.
Estudantes conquistam os royalties do petróleo e o fundo social do pré-sal para a Educação. No 40o Congresso em Belo Horizonte, Bárbara Melo é eleita.2014Dilma Rousseff é reeleita presidenta. Brasil realiza a Copa das Copas.
O Plano Nacional de Educação é aprovado com 10% do PIB para o setor. É aprovado o Estatuto da Juventude.2015UBES participa da criação da Frente Brasil Popular para defender a democracia e lutar por mais direitos
Estudantes conquistam a regulamentação da meia-entrada.2015Um movimento inédito de ocupações nas escolas pelos estudantes mobiliza mais de 200 unidades em São Paulo, contra “reorganização” escolar que fecharia colégios e turmas
Em Brasília, Camila Lanes é eleita presidenta da UBES2016Primavera Secundarista ocupa mais de mil escolas pelo Brasil
Estudantes denunciam o golpe político-parlamentar que substitui a presidenta Dilma Rousseff pelo seu vice Michel Temer, envolvido em escândalos de corrupção. Os secundaristas também protestam contra PEC 241 ou "PEC do fim do mundo”, que congela verba para áreas como Saúde e Educação, e contra "Deforma" do ensino médio.2017Aos 16 anos, o potiguar Pedro Gorki é eleito o presidente mais novo da UBES
Ao longo do ano, estudantes não saíram das ruas com as bandeiras “Fora Temer” e “Diretas Já”. Luta contra reformas da previdência, trabalhista e do Ensino Médio.2018UBES transfere simbolicamente sua sede para Porto Alegre, em janeiro
Assim como na Campanha Pela Legalidade de 1961, entidade muda endereço para defender a democracia e denunciar a prisão arbitrária do ex-presidente Lula. Nos 50 anos do assassinato de Edson Luís, manifestação no Rio de Janeiro também denuncia assassinato da vereadora Marielle Franco.2019Em defesa da educação e contra Bolsonaro
Protestos convocados pelos estudantes, em parceria com a UNE, marcaram o primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro. Estudantes saíram em defesa do ensino público, após o então ministro da Educação Abraham Weintraub ter anunciado cortes de verba sob justificativa de que estas instituições promoviam “balbúrdia”2020Conquista do FUNDEB permanente
Como resultado da pressão dos estudantes e do setor da Educação, foi conquistada a aprovação do novo e permanente FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que garante 100% dos recursos para as escolas públicas pelos deputados e deputadas federais.2021Campanhas "Vida, Pão, Vacina e Educação" e "Menos um Sufoco"
A UBES defendeu o lema “Vida, pão, vacina e educação” durante Pandemia de COVID-19 no Brasil e negligência do governo federal de Jair Bolsonaro nas crises sanitária e social. Além disso, lutou pela aprovação do PL 4968/19 da Pobreza Menstrual e da Lei 14.172 para distribuição de chips de internet a estudantes e professores das redes públicas, que enfrentavam as dificuldades do ensino remoto. Ainda neste ano, criou a campanha “Menos Um Sufoco” para ajudar quem não podia pagar a taxa de inscrição do ENEM, diante do menor número de inscritos na década, e agiu judicialmente para garantir o direito à isenção aos faltantes da edição anterior do exame, devido à pandemia.2022Campanha "Se Liga, 16!" e 44º CONUBES
Nas eleições gerais de 2022 a UBES liderou a histórica campanha “Se Liga, 16!”, incentivando jovens de de 16 e 17 anos de todo o país a tirarem seus títulos de eleitores, resultando no número decisivo de 2 milhões de votos ao presidente eleito, Lula, e afastando da reeleição de Bolsonaro. As nossas ações por meios das redes sociais e diárias dentro das escolas resultaram na vitória de Lula, no segundo turno, com 60.345.999 de votos contra 58.206.354 votos para Bolsonaro, tendo brancos/nulos um total de 5.700.443. O 44º Congresso da UBES (CONUBES) foi o primeiro presencial em cinco anos, devido à pandemia de coronavírus e recebeu mais de 7 mil secundaristas em Brasília, sendo 3.655 delegados e delegadas. No congresso, a plenária final elegeu a chapa “De mãos dadas para defender a escola e o Brasil”, tendo Jade Beatriz à frente, como a nova presidenta, sucedendo Rozana Barroso e marcando a passagem da presidência da instituição de uma mulher negra para outra pela primeira vez.2023Por Paz nas Escola e pela revogação do Novo Ensino Médio
A UBES lança a campanha "Paz nas Escolas", e publica seu Manifesto por paz, contra a violência na escola e pela revogação do Novo Ensino Médio. A iniciativa visa combater a violência e nas instituições de ensino, promovendo ambientes escolares seguros e inclusivos. Por meio dessa campanha, a UBES não apenas busca eliminar a violência nas escolas, mas também destaca a necessidade de abordar questões mais amplas, como a promoção da diversidade, inclusão e igualdade de direitos. A realização da Consulta Pública sobre o Novo Ensino Médio no mesmo ano foi também um marco significativo. Durante debates cruciais, os estudantes se mantiveram firmes na luta pela proteção do financiamento da educação e pela revogação desse novo modelo. Essa iniciativa desempenhou um papel crucial ao assegurar que as opiniões dos estudantes fossem levadas em consideração, contribuindo assim para a criação de um sistema educacional de alta qualidade, inclusivo e democrático acessível a todos.