ARTIGO: “A ELITE CONSERVADORA BATE, NÃO DEBATE”

A Diretora de Comunicação da UBES, Daiany Macedo, escreveu um artigo sobre os desafios da juventude e a luta dos estudantes junto aos movimentos sociais para impedir que o Congresso Nacional aprove o maior retrocesso contra a juventude brasileira: a redução da maioridade penal.

Em trecho, a secundarista é enfática: “Os jovens brasileiros não querem a redução da maioridade penal, por isso mobilizamos, debatemos. Dias de muita luta continuarão porque a nossa fé é inabalável, vamos continuar correndo atrás do Brasil dos nossos sonhos”.

PAZ SEM VOZ NÃO É PAZ, É MEDO!

A elite conservadora bate, não debate. Para o povo sobra apenas as marcas históricas das chibatas, do descaso. Hoje, a juventude negra periférica do nosso país é jogada nas covas rasas do cemitério, enquanto suas famílias e amigos procuram nas madrugadas, nos pontos de ônibus, hospitais e delegacias seus corpos classificados como indigentes.

Todo dia é dia de luto na periferia. O som dos pássaros e a imagem da “pipa” caindo é símbolo de que mais um jovem acaba de cair, o Estado brasileiro eleito por essa juventude não respeita seus anseios. Como resposta às suas reivindicações, descrimina, barra o direito de ir e vir na casa do povo, ataca jovens estudantes com bomba de gás lacrimogêneo.

Quem ama nem sempre tem coragem de procurar nos institutos médicos legais, pois além das brigas territoriais, as maiores causas de morte entre jovens negros é o extermínio por grupos policiais, casos esses que nunca são investigados de fato.

Estamos falando também da juventude que sofre repressão nas salas de aula, na porta das escolas e que está cansada do descaso e do esquecimento. Estamos falando de uma juventude que nunca dormiu e que esteve na luta nos últimos 12 anos por mais avanços e democracia. Não será agora que a bancada da bala e seus apoiadores conservadores nos colocarão contra a parede.

Quem enfrenta todos os dias os ônibus lotados para ir à aula, ao trabalho, ao parque, enxerga a importância de se juntar, reunir-se e ocupou as ruas, como aconteceu no auge das mobilizações de junho de 2013. São esses jovens que aprovaram o passe livre em vários estados brasileiros por mais oportunidades, que sempre incomodaram o Congresso Nacional.

Pressionamos até aprovar mais verbas para a educação, somos aquela galera que defende o interesse do povo e grita para ecoar nos quatro cantos do Brasil e do mundo que a Petrobras é dos brasileiros, que a educação e saúde vão ter mais recursos, que está na hora de taxar as grandes fortunas, que lutar pela reforma política é garantir o povo no poder, de braços dados com os movimentos sindicais contra os reajustes trabalhistas.

Reivindicamos a desmilitarização da PM e a investigação do sistema de educação militar. Alcançamos conquistas significantes nos últimos anos, mas a juventude continua sendo morta nas ruas brasileiras.

A galera que passa em sala de aula todo dia ou que fica presa do lado de fora, barrados pelo autoritarismo dos diretores, defende o direito do grêmio livre. Estão mobilizando e sonhando com um Brasil sem retrocessos, com respeito e entendimento. Queremos uma pátria livre, longe da pobreza, educadora e com esperança de justiça, justiça essa que respeite o seu povo, que não casse a juventude por estereótipos, mas que dê a ela oportunidade.

Nosso movimento luta contra o retrocesso, há 67 anos a UBES está na rua, transformando sonhos, colocando jovens nas universidades, comprando briga pelo seu povo que passa em sala, que não tem medo de meter o pé na porta e falar que na nossa pátria nós levamos fé,pois o nosso passado nos permite ter esperança.

Com tudo, aos reacionários temos algo a dizer: a UBES está na rua, nas escolas e nas praças realizando nossos sonhos. Os jovens brasileiros não querem a redução da maior idade penal, por isso mobilizamos, debatemos. Dias de muita luta continuarão porque a nossa fé é inabalável, vamos continuar correndo atrás do Brasil dos nossos sonhos.

Vivemos esperando dias iguais, dias a mais, dias que não deixaremos para trás.