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Depois de 48 horas de violentos confrontos no Chile, líder estudantil condena repressão e saques

 Depois de 48 horas de violentos confrontos entre manifestantes e policiais nas principais ruas de Santiago (Chile), a presidenta da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Camila Vallejo, condenou os saques e a repressão ocorridos nos últimos dois dias.

DA AGÊNCIA BRASIL

Clamor por educação pública nas ruas do ChileVallejo disse hoje (20) que os estudantes, que lideram os protestos, aceitam retomar o diálogo com o governo desde que haja disposição das autoridades em modificar as propostas apresentadas.

Há cerca de sete meses ocorrem manifestações frequentes em várias cidades do Chile. Em geral, as manifestações são comandadas por estudantes que cobram reformas na educação. Vallejo disse que o Chile “precisa avançar” no seu sistema educacional que está “defasado”, porque mantém a mesma estrutura há 30 anos.

Ontem (19), os tumultos foram intensos e ocorreram em frente à Universidade de Santiago, uma das maiores do país, houve confrontos entre manifestantes e policiais, além de barricadas incendiadas. No dia anterior, um ônibus foi queimado em uma das principais avenidas da capital chilena. Nos últimos dias, manifestantes encapuzados também integram os protestos.

De acordo com as autoridades, aproximadamente 1,7 mil pessoas foram presas em sete meses de manifestações. A presidenta da FECh negou que os encapuzados integrem o movimento estudantil. “Não convocamos os encapuzados. Não os convocamos”, ressaltou ela.

O vice-ministro do Interior do Chile, Rodrigo Ubilla, classificou essa etapa dos protestos como um “novo ciclo de violência”. Segundo ele, há grupos coordenados que querem gerar uma imagem de violência e desordem pública. O ministro do Interior do Chile, Rodrigo Hinzpeter, avisou que será executada a lei de segurança do estado contra os manifestantes que atearam fogo ao ônibus.

Nos últimos meses, o governo do presidente chileno, Sebastián Piñera, apresentou propostas de reforma da educação e se reuniu por duas vezes com os estudantes para buscar um acordo. As sugestões foram rejeitadas. A principal reivindicação é para a gratuidade do ensino superior no país – atualmente as universidades chilenas são todas privadas.