Leia a íntegra do documento que circula entre as entidades do movimento social e será submetida a apreciação e aprovaçlão em plenária a ser realizada na quarta-feira (16).
“Os movimentos sociais brasileiros rechaçam a presença de Barack Obama em nosso país. Obama chegou à presidência dos Estados Unidos em 2008 opondo-se em tese à política de guerra de George W. Bush e fazendo promessas de paz e respeito ao direito internacional.
A evolução dos acontecimentos mostrou que a política externa do imperialismo norte-americano continua em essência a mesma.
O atual mandatário dos Estados Unidos mantém a orientação belicista de ocupar países e agredir povos em nome da “luta contra o terrorismo”. Seu objetivo principal é reafirmar a hegemonia estadunidense no mundo, inclusive na área militar.
Sob Barack Obama, os Estados Unidos mantiveram a presença das tropas de ocupação no Iraque e no Afeganistão.
O imperialismo estadunidense, sob a presidência de Barack Obama reafirmou o apoio à política genocida do Estado sionista israelense contra o povo palestino.
Foi sob a liderança de Barack Obama que a principal organização agressiva do imperialismo, a Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte consagrou o “novo conceito estratégico”, arrogando-se o direito de intervir militarmente em qualquer região do planeta. É também Obama que estimula a instalação de bases militares em todo o mundo.
É a gestão de Barack Obama que, reafirmando a primazia norte-americana quanto à posse e uso de armas nucleares, exerce chantagens, pressões, ameaças e sanções contra os países que não aceitam os ditames dos EUA nesta questão.
Como latino-americanos, afirmamos que a política dos Estados Unidos para a América Latina não mudou em nada. Não aceitamos a manutenção do bloqueio a Cuba, as provocações contra a Venezuela, a Nicarágua, a Bolívia e o Equador.
O governo Obama apoiou o golpe militar em Honduras, que retirou do poder o presidente legitimo Manuel Zelaya, e mantém o apoio ao atual governo de fato, que é denunciado por inúmeras violações aos direitos humanos. Na sequência do golpe, os EUA instalaram duas novas bases militares neste país.
Repudiamos a ampliação da presença militar dos EUA na região, tanto as iniciativas para instalar novas bases militares na Colômbia, quanto a movimentação de tropas na Costa Rica e no Panamá.
Os Estados Unidos, no apagar das luzes do governo de Bush, reativaram a 4ª Frota de sua marinha de guerra, que Obama mantém. A presença dessa frota agressiva constitui uma ameaça a todos os países soberanos da região. No caso do Brasil, é uma clara ameaça em relação às imensas jazidas petrolíferas descobertas em nossa costa.
Os Estados Unidos nunca abriram mão do objetivo de dominar nossos países e continuam considerando nosso continente como sua área de influência. Sua cobiça sobre nossas riquezas é ilimitada.
Obama chega ao Brasil num momento em que os Estados Unidos e seus aliados, principalmente os europeus, preparam-se para realizar novas intervenções militares. Agora, no norte da África, onde, com vistas a assegurar o domínio sobre o petróleo, adotam a opção militar como a principal estratégia. O imperialismo estadunidense quer arrastar as Nações Unidas para sua aventura.
Hoje, 20 de março, dia em que Obama visita o Brasil, acontecem manifestações em todo o mundo convocadas pela Assembleia Mundial dos Movimentos Sociais realizada durante o Fórum Social Mundial de Dacar, Senegal. O dia de mobilização global foi convocado para afirmar a “defesa da democracia, o apoio e a solidariedade ativa aos povos da Tunísia e do Egito e do mundo árabe”. O 20 de março é um Dia Mundial de Luta contra as bases militares dos Estados Unidos, de solidariedade com o povo árabe e do norte da África e também de apoio à resistência palestina e saharauí.
O Brasil e a América latina vivem um novo momento, de democracia, soberania, interação e unidade e estão criando seus próprios mecanismos multilaterais. Não aceitam mais viver sob o jugo e a ingerência do imperialismo norte-americano”.
Queremos um mundo de paz e solidariedade!
Abaixo o imperialismo estadunidense!
O imperialismo não é invencível e será derrotado!”