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Gigantesco protesto em Madri contra cortes na educação

Dezenas de milhares de pessoas marcharam na quarta-feira (14) pelo centro da capital espanhola em defesa do ensino público e contra os cortes na educação decretados pelo governo local de Madri.

DA PRENSA LATINA

Convocada pelos sindicatos do setor, a manifestação, que segundo seus organizadores reuniu cerca de 50 mil professores, estudantes e pais de alunos, iniciou-se na praça de Nepuno sob o lema “A educação não é despesa, é investimento. Não aos cortes”.
O ponto alto do protesto produziu-se quando seus participantes passaram em frente ao Conselho de Educação de Madri, onde exigiram a renúncia de sua conselheira, Luzia Figar, e da presidente dessa região, Esperança Aguirre.
As entidades sindicais anunciaram há alguns dias um calendário de mobilizações contra o corte orçamentário na educação colocado em prática pelos governos de várias cidades e regiões, em sua maioria governadas pelo direitista Partido Popular (PP).
Segundo o magistério, os cortes chegam a 2 bilhões de euros e deixarão sem emprego cerca de 15 mil professores interinos, além de repercutir negativamente na qualidade do ensino.
Além de Madri, as administrações da Galícia, Navarra, Castela-La Mancha e Catalunha ordenaram recentemente um aumento do tempo que os docentes se dedicam dando aulas dentro de sua jornada de trabalho de 37 horas semanais.
No caso de Madri, os sindicatos denunciaram que o incremento de 18 a 20 horas letivas levará à perda de três mil empregos. Sob a pressão para reduzir custos, estão ordenando aos pedagogos passar mais horas nas aulas, o que significa que milhares de professores de apoio serão demitidos, de acordo com as centrais de trabalhadores.
O protesto da última quarta-feira não é o único protesto previsto na capital espanhola, onde estão convocadas, entre outras ações, duas jornadas de luta nos dias 20 e 21 do presente mês.
Em nível nacional, os sindicatos realizarão no dia 22 de outubro, também em Madri, uma marcha destinada a todo o professorado. A previsão é que o ato mobilizará multidões em defesa da educação pública.
Organizações sociais e políticas acusaram Aguirre – uma das principais figuras do PP – de privilegiar o sistema educativo privado em detrimento do público, com a aplicação de um duro plano de austeridade para reduzir o déficit.