Na manhã da última quarta-feira (08), os estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) fizeram uma manifestação no Centro de Florianópolis para reivindicar o retorno imediato às aulas. O protesto contou com a presença de alunos e servidores de diversos campi do IFSC e também com representantes de outras instituições, como a União Catarinense dos Estudantes (UCE), o Diretório Central dos Estudantes da UFSC e o Sinasefe-SC.
De acordo com o presidente da UCE e um dos organizadores do protesto, Dérique Hohn, o objetivo da manifestação é reivindicar que o governo negocie com os grevistas para que os alunos possam voltar a ter aulas o quanto antes. “Queremos que todos os estudantes se envolvam com a situação atual da educação no Brasil”, declara.
O estudante e integrante do grêmio estudantil do Campus Gaspar do IFSC, Israel Weingartner, conta que o que motivou os estudantes a participarem da manifestação foi a vontade de manter a qualidade da educação ofertada pelo IFSC. “O governo está tratando a educação com descaso. É necessário rever a carga horária dos professores, a criação de uma data-base, para que os servidores possam trabalhar motivados”, explica.
A concentração em frente ao Campus Florianópolis do IFSC iniciou por volta das 9h. Alunos dos campi Gaspar, Jaraguá do Sul e Geraldo Werninghaus do IFSC e do Campus Araquari do IFC viajaram para Florianópolis só para participar da manifestação. A manifestação iniciou por volta das 10h, com uma apresentação organizada pelo grêmio estudantil do Campus Florianópolis do IFSC. Vestidos com roupas pretas, os manifestantes simularam a morte da educação.
O coordenador geral do grêmio estudantil do Campus Jaraguá do Sul do IFSC, Maurício Goetten, conta que os alunos enfrentaram três horas de viagem para participar da manifestação. “É hora de todas as representações se unirem para melhorar a educação no Brasil. Temos consciência que a situação dos servidores afeta diretamente os alunos”, declara.
Depois disso, os estudantes saíram em passeata pelo Centro de Florianópolis, exibindo faixas e cartazes de protesto contra o prolongamento da greve. Com a ajuda de megafones e carro de som, explicaram à população que reivindicam o retorno das aulas, interrompidas desde o início da greve, em 18 de junho.
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SOBRE A GREVE
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) divulgou ontem (09/08) comunicado informando que a greve dos professores das universidades federais está mantida na maioria das instituições. De acordo com o comando de greve, até ontem, docentes de 57 universidades haviam decidido em assembleia pela continuidade da greve, que já dura quase três meses, rejeitando a proposta do governo.
Na semana passada, (1/07), governo e os quatro sindicatos que representam os professores na greve das federais realizaram uma nova reunião para debater a proposta apresentada pelo governo no último dia 24/7. A proposta propunha um reajuste mínimo passando de 12% para 25%, o máximo, para professores com titulação maior. Para aqueles em dedicação exclusiva, permaneceria em 40%, além dos 4% já concedidos em uma medida provisória.
Após a conversa, o Proifes, sindicato que representa 6 das 57 instituições em greve, aceitou a proposta e assinou um acordo com o governo colocando fim à paralisação. Mantendo sua posição contrária à proposta, o ANDES, sindicato que representa as demais universidades, decidiu por manter a greve.
Portal da UCE com informações da UNE