Aproveitando momento de indignação dos professores que permanecem em greve no Distrito Federal, UBES realiza junto a todo movimento estudantil, à favor de uma educação pública e de qualidade, intensa agenda de mobilizações
Com 16 dias sem aula, realizando intensas mobilizações e tentativas de acordo como o governo, que não deu nenhum retorno às pautas reivindicadas, os professores do Distrito Federal decidiram durante assembleia que aconteceu ontem (27), na Praça do Buriti, permanecer em greve. Desde o início, a UBES, ao lado dos trabalhadores e de todo movimento estudantil, deu apoio à paralisação que pede a reestruturação salarial, com isonomia em relação às demais carreiras de nível superior do GDF, implantação do plano de saúde e contratação de docentes recém-aprovados.
Com caminhada no último dia 18 e nesta terça-feira, em ato de apoio aos profissionais de educação, os estudantes percorreram o centro de Brasília e encerraram a mobilização integrando o movimento estudantil à assembleia dos professores. Nesta semana são organizadas passeatas no eixo Plano Piloto, Gama e Taguatinga.
Segundo o diretor da UBES-DF, Mateus Diniz, as pautas são interligadas, afirmando que este é um momento decisivo para melhorias na educação. “O ensino que temos hoje no Distrito Federal não é o que nós queremos, com laboratórios fechados, professores estressados sem condições de trabalhar, repercutindo nas salas de aula. Por isso, apesar de perdermos aula, nós estudantes apoiamos a paralisação, pois é um direito legítimo de buscar um trabalho mais digno, a caminho da soberania.
APÓS GREVE NACIONAL, PROFESSORES NÃO RECEBEM RETORNO
A greve nacional dos professores que aconteceu no início do mês, mobilizou cerca de 12 mil docentes das redes estaduais e municipais de ensino. Com passeatas, assembleias e atos reivindicando a Lei do Piso, entre outras pautas que você pode ver aqui. Estados como Goiás entraram em acordo com o governo e conquistaram o aumento de 14,5% do piso salarial, enquanto no Distrito Federal, a classe permanece sem propostas.
A maioria das pautas dos professores são promessas feitas no período eleitoral e não cumpridas pelo governo, que no último dia 23 anunciou o corte do ponto dos que participam da greve. “Enquanto não houver negociação para a volta integral dos professores, continuaremos cortando o ponto dos professores que não prestarem serviço a nossa comunidade”, afirmou o secretário de Administração Pública, Wilmar Lacerda.