Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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EM ENTREVISTA COM PRESIDENTE DA CNTE, UBES OUVE VOZ DOS PROFESSORES BRASILEIROS

Em 2012, a comemoração do Dia Nacional dos nossos Professores no último dia 15 de outubro veio carregada de vitórias e lutas que a juventude brasileira abraçou e que não abre mão. Em meio à diversas paralisações nos últimos meses por mais investimento, com passeatas, abaixo-assinado, jornadas de luta e diversas outras atividades encabeçadas pelos estudantes.

A UBES, junto com toda juventude secundarista e demais movimentos educacionais tomaram as ruas para garantir, que em todas as instâncias do governo brasileiro, os profissionais da educação, verdadeiros pilares aliados da entidade em defesa do ensino sala de aula, sejam valorizados.

Em homenagem a esses profissionais que contribuem diretamente para o desenvolvimento do país, veja aqui a entrevista que realizamos com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), professor Roberto Leão.

 No dia em que se comemora a importância dos profissionais da área da educação, o que você destaca entre vitórias e desafios do momento?

A luta é por uma educação pública, laica, democrática e de qualidade socialmente referenciada, com escolas para todos os brasileiros e brasileiras, em todos os níveis, etapas e modalidades. Creio que, nesse momento, além da aprovação da lei do piso do magistério e do reconhecimento da profissionalização dos funcionários de escola – pautas que ainda precisam ser totalmente implementadas nos estados e municípios -, a aprovação do PNE, na Câmara dos Deputados, com previsão de investimento de 10% do PIB na educação, seja a vitória mais aguda de todo o movimento social que luta pelo direito à educação em nosso país.

Existe hoje, especialmente no Brasil, uma pauta que reúna em todo o país a voz dos nossos professores?

O PNE e a aplicação integral da lei do piso são pautas centrais dos trabalhadores em educação, nesse momento. Junto com elas, a perspectiva de garantia de verbas extras da camada pré-sal para a educação. A formação profissional, com garantia de professores bem formados e em número suficiente para todas as disciplinas, também é uma pauta uníssona da categoria, assim como a expansão da profissionalização dos funcionários de escola, que precisam participar ativamente do processo educativo escolar.

A unidade entre estudantes, professores e demais profissionais da área da educação tem marcado fortemente o ano de 2012. O que dizer sobre as greves, passeatas e fortes mobilizações que levaram milhares às ruas nos quatro cantos do país em defesa de um ensino público de qualidade?

O direito à educação pública, gratuita e de boa qualidade só será plenamente atendido com muita luta dos movimentos sociais. A história de nosso país é marcada pelo patrimonialismo e a exclusão socioeducacional. Nos últimos anos, sobretudo a partir da derrocada do projeto neoliberal, que pretendia privatizar a educação brasileira, os movimentos sociais, em especial da educação, ganharam força e têm sido decisivos para ampliar direitos rumo a um país mais democrático e igualitário. A UBES, a UNE, a CNTE, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação e tantas outras entidades, especialmente as que integram o Fórum Nacional de Educação, foram responsáveis pela aprovação dos 10% do PIB para a educação, e temos certeza de que, unidos, concretizaremos essa conquista no Senado Federal.

Na luta pelos 10% do PIB para educação, em que a valorização desses profissionais tem sido um dos principais focos de atenção para os estudantes, a bandeira de luta, ao seu ver, constitui um novo marco para o professor brasileiro?

O professor brasileiro é o trabalhador menos valorizado entre todos que possuem  formação similar à sua. Em nível nacional, a renda média dos profissionais do magistério equivale a 40% das demais profissões que exigem a formação de nível superior. Trata-se de um dado que revela uma brutal desvalorização social da profissão. E para reverter essa realidade, é preciso vontade política e mais recursos financeiros. Por isso, a CNTE não tem dúvida de que somente com 10% do PIB para a educação conseguiremos mudar esse e outros cenários degradantes de nossa educação pública de nível básico.