Em proposta conjunta, estudantes e trabalhadores do Chile iniciam nessa terça-feira (28) paralisação nacional em defesa da educação pública e a favor do estabelecimento da gratuidade em todos os níveis de ensino. Secundaristas e universitário estarão nas mobilizações que iniciam com marchas em várias cidades chilenas da capital, Santiago. Também na marcha, professores levantam a bandeira em defesa de uma carreira profissional digna, com melhores condições de ensino, fim ao lucro na educação e desmunicipalização da educação.
Na última semana, os secundaristas chilenos realizaram 14 marchas, também na capital e municípios vizinhos, para exigir educação gratuita e de qualidade para todos. Cerca de 10 mil estudantes foram às ruas pelo fim do lucro das instituições, tendo como uma das principais reivindicações que a administração das escolas volte para as mãos do Estado e deixe de ser municipalizada, medida adotada na década de 80, durante a ditadura militar (1973-1990). Desde já, a polícia reprimiu os protestos, que não haviam sido autorizados pelo governo Sebastián Piñera.
Leia abaixo, UBES lança nota de apoio aos estudantes chilenos em defesa da educação pública.
Os secundaristas chilenos estão dando início a um novo momento de fortes protestos contra um dos grandes reprodutores de desigualdades em seu país, uma nação vítima de um sistema educacional em que colégios de ensino médio gratuitos dependem das prefeituras, muitas vezes com municípios incapazes de oferecer recursos suficientes para formação de seus estudantes, além de todas as suas universidades – inclusive as públicas, serem pagas com altas mensalidades e taxas de financiamento.
A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que acompanha os problemas causados pelo nulo espaço de diálogo com o governo, declara total apoio e solidariedade à juventude secundarista, que mais uma vez em um gesto legítimo e democrático, se levanta em todo Chile pelo direito a uma educação gratuita e de qualidade para todos.
Provando sua maturidade, com a mesma efervescência das mobilizações de 2011, os estudantes já começam a recolocar na agenda de toda a população chilena suas reivindicações ocupando colégios, institutos e universidades emblemáticas da capital, Santiago. Mesmo com a repressão de Sebastián Piñera, que não autorizou e reprimiu os protestos com jatos d’agua e gás lacrimogêneo nas últimas passeatas, a juventude não abrirá mão da luta.
Os desafios são evidentes e já conhecidos, assim como os sinais das raízes antidemocráticas do poder direitista político que ao demonstrar rigidez às pautas dos estudantes. Prefeito e ministro da Educação tentam inibir secundaristas bolsistas de colégios particulares, ameaçando não renovar benefícios em 2013 caso manifestações continuem em um claro atentado a liberdade política de opinião e manifestação de todo povo.
Declarando a unidade de luta pelo direito de um novo sistema educacional
UBES em apoio aos estudantes chilenos.