Cumprindo a agenda nacional, a Jornada de Lutas da Juventude aconteceu na última quinta-feira (09) em Vitória da Conquista, na Bahia. O evento que tomou conta da cidade e reuniu cerca de mil estudantes, marcou uma caminhada que percorreu a Avenida Siqueira Campos até a Avenida Lauro de Freitas com a juventude conquistense reunida por mais recursos para educação, cobertura total de telefonia móvel da cidade, melhoria do transporte público e fortalecimento da ronda escolar na região.
O evento é realizado anualmente, nesta edição contou com a participação de diversas entidades representativas das pautas juvenis, entre elas a Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial de Mulheres, Circuito Fora do Eixo, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A pauta nacional de reivindicações envolve temas variados, divididos por eixos, explica o presidente da ABES, Wesley Machado. “Este é um movimento que já ocorreu em 18 capitais, reunimos diversos seguimentos da juventude, como estudantes, o pessoal do movimento LGBT, Hip Hop. A jornada congrega a juventude em torno de uma pauta única depois de termos mobilizado todas as escolas do município para ocupar as ruas, dialogar com a sociedade e questionar qual o papel que o ensino médio cumpre na vida pública”, conta Wesley.
O presidente da União Municipal dos Secundaristas Conquistenses, Glauber Rocha afirma que a Jornada é fruto de um processo democrático que está sendo implantado no país. “Pela primeira vez, a juventude tem um Governo que está pautado em ouvi-la. Temos o anseio que as autoridades competentes possam ouvir as nossas reivindicações e dar algum encaminhamento a elas”, diz.
Para além da ocupação das ruas da cidade com toda irreverência que os secundaristas têm, o ato mobilizou a população e a imprensa, propiciando a abertura de diálogo com o poder público para ouvir as pautas da atividade. O coordenador de juventude do município, Rudival Maturano, acompanhou todo o trajeto e se comprometeu com a abertura dos canais de diálogo com o governo para debater questões como o transporte público da cidade, que tanto impacta a vida dos estudantes. “Eles estão felizes com a nossa participação, porque vêem que o governo é democrático e aberto ao diálogo”, comentou o coordenador se comprometendo a encaminhar as demandas da Jornada para Prefeitura.
Pautas históricas e específicas dos estudantes foram levantadas, como a bandeira do Passe-Livre estudantil, que no final da concentração da passeata, resultou em um grande cordão formado pelos jovens de Vitória da Conquista no terminal central de ônibus da cidade. A regulamentação da meia entrada, o combate às opressões, a imediata saída de Marcos Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o combate ao extermínio da juventude e mais qualidade nos serviços de telecomunicações também ganhou destaque no ato público.
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FESTIVAL DA JUVENTUDE E OS ESTUDANTES
É o segundo ano que acontece e já se tornou uma agenda importante no estado baiano. Construído de forma participativa com a sociedade civil e os movimentos de juventude da cidade dialogando e propondo também a programação; a abertura do evento aconteceu na sexta-feira (10) com diversas atividades, entre elas, uma roda de conversa sobre o movimento estudantil.
Entre tantos debates relacionados aos jovens, não poderia deixar de estar em pauta o movimento estudantil, assunto apresentado e discutido na tarde desse sábado, 11. Cerca de 30 jovens conversaram sobre o papel, o estado e as perspectivas do movimento secundarista e universitário. “Não dá para passar pela história do Brasil sem falar do movimento estudantil que em suas juntas vão além da pauta educacional e estão intrinsecamente ligadas à luta de desenvolvimento que temos no país”, explanou o presidente da ABES, Wesley.
“Esse é um festival construído pela juventude, no bojo das políticas públicas que nós do movimento social reivindicamos aos espaços de poder. É uma estratégia central para unir as juventudes, e para nós é um espaço ímpar, no momento que a gente se volta para assuntos importantes”, celebrou a coordenadora de Expansão Universitária da UNE, Tâmara. Muitos jovens assistiram a roda de conversa, opinaram sobre a realidade de sua escola, questionaram sobre como o movimento estudantil se organiza, suas bandeiras, história e vitórias ao longo dos anos. Atividades prévias também marcaram a Jornada de Lutas que possibilitaram mesas de debate e confecção de cartazes nas escolas.
“A discussão foi fantástica. Existe um equívoco em relação ao comportamento da juventude, pois a sociedade nos associa ao uso fácil de drogas e à gravidez precoce e nos marginaliza, nos colocando como os culpados pelo aumento da criminalidade. Mas isso não é verdade, nós temos debatido políticas públicas, nós temos criado espaços de participação”, salientou o estudante em Agroecologia, João Macedo, 18, presidente do grêmio em seu colégio e diretor de Políticas Socais da União Municipal de Estudantes Secundaristas.
Com informações da Prefeitura de Vitória da Conquista – BA.