No Chile, 24 universidades e 35 liceus estão mobilizados para realização de uma marcha nacional que ocorrerá na próxima quinta-feira (13/06) nas ruas do país pautando a transformação do sistema educacional chileno. Às vésperas do período eleitoral que encerra o governo do presidente Sebastián Piñera – cujo mandato foi marcado por diversas manifestações populares em defesa da educação no país, é crescente o número de estabelecimentos ocupados, paralisados ou em assembleia respondendo ao chamado da população que reivindica uma educação pública, gratuita e de qualidade.
Grande parte dos manifestantes mobilizados são jovens estudantes, entre eles secundaristas e universitários que intensificam as mobilizações. No início do mês de maio, quando já aconteciam mobilizações em várias cidades do país, a Confederação de Estudantes do Chile (Confech) afirmou que os protestos foram convocados na tentativa de enfrentar o “modelo governamental que concebe a educação como bem de consumo e não como direito”.
Após duas fortes passeatas em Santiago que levaram 100 mil pessoas às ruas entre abril e maio na Marcha Nacional pela Educação, o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), Andrés Fielbaum, afirma que as declarações do presidente Sebastián Piñera em seu discurso ainda não foi suficiente para melhorar a educação no Chile. Fielbaum afirmou que os políticos devem esquecer que este é um ano eleitoral, defendendo que “os estudantes continuarão sendo atores iniludíveis na hora de discutir o projeto para o país”.
” Neste 13 de junho sairemos às ruas novamente por nossos direitos e nossos sonhos, pela maioria do Chile que exige educação pública, gratuita e de qualidade para todos”, completou.
MARCHA NACIONAL E O APOIO DA UBES AOS ESTUDANTES CHILENOS
Os protestos no país começaram em 2011, quando os estudantes pediram mudanças no sistema imposto em 1981, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu a contribuição do Estado e abriu a educação para o mercado. A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), compreendendo a legitimidade das manifestações, iniciou seu apoio à juventude chilena repudiando a ação truculenta do governo que reprimiu com violência as passeatas e condenando a criminalização midiática que distorceram na época os reais motivos dos atos estudantis.
Em agosto de 2012, o Chile foi palco de 14 grandes marchas durante a paralisação nacional que contou aqui no Brasil com o apoio dos estudantes. No histórico, a representante do movimento estudantil chileno, Camila Vallejo, foi convidada especial a ocupar a mesa do 1° Encontro de Mulheres Estudantes da UBES, estando também presente na Jornada Nacional de Lutas em agosto de 2011 – marcha que ocorreu no Brasil unificando as bandeiras dos estudantes latino-americanos.
Clique aqui e a nota que a UBES lançou em apoio aos estudantes no último ano
Com Agências