Grêmio de Salvador organiza manifestação levando pautas a SEC, cuja intervenção piora o quadro e coloca estudantes sobre pressão, apontados por demitir pais de família.
Participando da Paralisação Nacional realizada na última quinta-feira (17/10), o colégio estadual José Augusto Tourinho Dantas na cidade de Salvador (BA), realizou oficinas de cartazes e convocação dos estudantes para levar as pautas por melhoria na escola à Secretária Estadual de Educação (SEC). Os manifestantes foram recebidos e na data obtiveram o comprometimento de mudanças. Após demissões na escola – situação que foge das bandeiras do protesto, o grêmio estudantil tem sido, indevidamente, apontado por trabalhadores como culpado por idealizar os atos.
A comissão estudantil presente na manifestação se reuniu com técnicos da SEC que escutaram sobre os problemas da escola, um dos pontos debatidos foi a necessidade de mais funcionários, como explica a vice-presidente do Grêmio Filhos da Revolução, Jacqueline Dorado: “Pedimos alguém para administrar a biblioteca e também um funcionário para a sala de informática”.
Foi perguntado aos estudantes sobre o funcionamento da instituição, o trabalho da equipe escolar, sendo explicada pelo grêmio a necessidade de expandir o quadro de funcionários, pois além de acumular funções o número atual não consegue atender todas as tarefas. Em desencontro com a solicitação, a SEC demitiu duas pessoas, Jacqueline conta: “Não nos foi dito e nós não pedimos isso, a secretária tirou suas próprias conclusões e ao invés de contratar, demitiram dois porteiros por não permanecerem no posto, sendo que eles eram ‘faz tudo’, por isso não estavam lá. Agora o grêmio está sob pressão e nos apontam por tirar o emprego de pais de família”.
A mobilização e a reputação do grêmio Filhos da Revolução foram feridas com o desentendido da secretária, mas o trabalho deles continua. Incluindo uma nova reunião com os técnicos da SEC para tratar deste assunto e do andamento das outras pautas, como a reforma da estrutura física da escola, agendado para a próxima quarta-feira (23/10) o encontro vai envolver toda a comunidade escolar para debater os problemas e apontar soluções.
Na pauta consta ainda a falta se segurança na região, problemas de acesso aos aparelhos da escola (sala de informática e laboratório) e dificuldade de comunicação com a diretoria atual da instituição, impossibilitando uma gestão participativa e democrática.
Partindo da escola, após a oficina de cartazes, a manifestação começou em uma parada de ônibus próxima, com os estudantes sentados no asfalto bloqueando a via, só permitindo a circulação quando a entrada passe livre de todos fosse liberada até a chegada à Secretária. Isso foi feito na ida e na volta, devido a distância entre a SEC e a escola.
Policiais da ronda escolar foram chamados com a função de reprimir a passeata, os estudantes expuseram suas bandeiras de luta e da realidade que vivenciam na escola situada na periferia levando a comoção dos policiais, que ajudaram a parar os ônibus para que os estudantes pudessem retornar ao fim da manifestação.
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