Escolha foi feita após votação envolvendo docentes, estudantes, pais e até moradores da região; decisão será apreciada por secretário de Educação, que deve dar a palavra final
O Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici, no bairro do Stiep, Salvador (BA), é tema de mobilização dos estudantes que pautam a alteração de seu nome. O corpo estudantil da instituição, com apoio do Movimento Passe Livre (MPL) e da Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES) pressionam a Secretaria Estadual de Educação (SEC) para oficializar a retirada do nome do ex-ditador.
A proposta dos estudantes é que o colégio passe a ser chamado de Carlos Marighella, como conta o líder estudantil, Mardel Mota ao relembrar como surgiu a inquietação quanto o nome da tradicional escola. “Tudo mudou quando os alunos do terceiro ano fizeram uma exposição falando sobre a ditadura militar, isso culminou na descoberta de que Médici foi um dos mais truculentos presidentes do Brasil. Apresentamos a figura do Carlos Marighella que era baiano e um grande lutador pela liberdade”, conta.
A comunidade escolar fez uma eleição e Carlos Marighella foi o nome eleito com 69% dos 406 votos que aguarda autorização da SEC. Atendendo à educação básica, média e técnica desde 1972, o nome original se deve à sua fundação, inaugurada pelo então presidente da época. Enquanto isso, a proposta dos estudantes é prestar homenagem a um dos símbolos contra a repressão política no Brasil. Nascido em 1911, na cidade de Salvador, Marighella foi um dos principais militantes contra o regime militar no país.
Conforme publicado no jornal Estado de São Paulo, a diretora da unidade escolar, Aldair Almeida Dantas, explica há mais de dez anos havia uma inquietação por parte do corpo de professores, principalmente dos profissionais ligados às áreas de Ciências Humanas, Filosofia e História, no sentido de dar uma outra denominação à escola. Ao longo desse período houve algumas iniciativas nesse sentido, mas nada foi adiante. “Este ano, porém, decidimos levar esse desejo à frente. Mas não foi algo de uma hora para outra. Realizamos um longo trabalho de pesquisa junto a toda a comunidade escolar, e percebemos que esse era um desejo comum”, diz ela.
A mobilização organizada em 2013 permanece em destaque na página da unidade escolar, acesse: http://www.colegiomedici.com/
Da Redação