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Debate de Educação define desafios para os secundaristas

Durante reunião, disputa pelo PNE investido na educação pública é apontado como meta para avançar nos desafios da construção da Nova Escola

O direito à educação pública e de qualidade deu o pontapé inicial no debate de Educação durante a Reunião da Diretoria Plena da UBES que aconteceu na última segunda-feira, (16/06). Segundo dados do Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 3,8 milhões de adolescentes, entre 4 a 17 anos estão fora das escolas. A situação piora ainda mais entre os jovens de 15 a 17 que não estão no ensino médio e os outros 14,6 milhões quem em 2010 estavam em atraso escolar.

Os dados foram apresentados por Maria Rehder, da Campanha Nacional pelo Direito à Educação que compôs a mesa de debate.  O alto índice de exclusão denuncia o cenário do Brasil que ainda não universalizou a educação, conforme analisado pela iniciativa “Fora da Escola Não Pode”, iniciativa da Campanha em conjunto com a UNICEF.

“Não sabemos, exatamente, as causas da evasão escolar, são vocês estudantes que irão nos dizer o motivo. Sabemos que essa desigualdade é constatada, em sua maioria, por pessoas em situação de extrema pobreza na zona rural, baixa renda, trabalho infantil e entre jovens em conflito com a lei”, afirma Maria ao apontar que o Plano Nacional de Educação (PNE) como alternativa de combate. “Cabe a todos nós fazer valer o texto aprovado”.

A presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz, também esteve presente e afirmou a importância das deliberações do grupo de debate. “Esse é um espaço que reúne as principais lideranças do movimento secundarista para pensar a educação básica que se tornou um desafio para o Brasil. Além da evasão escolar, temos o índice de apenas 51% dos estudantes com a idade certa nas salas de aula, por isso, precisamos de políticas públicas para pensar a educação como meio de desenvolvimento do país”.

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PNE na construção da Nova Escola

A Nova Escola é uma pauta historicamente defendida pela UBES, inserida pelos estudantes entre as metas do PNE, entre elas no respeito à educação básica, valorização dos professores, escolas democratizadas, mais investimento e erradicação do analfabetismo. “Precisamos sair desse debate e disputar cada centímetro do PNE para pensar a escola fora do ensino formal, é possível aprender com a capoeira, com experiências diversificadas, popularizar a ciência na rede de ensino público e garantir qualidade e permanência”, acentuou Tamara.

Dentre as metas do ensino emancipador, a triplicação das vagas no ensino técnico no projeto de lei foi destacado pela debatedora e estudante do Instituto Federal da Bahia, Emanuele Rodrigues. “A UBES precisa se debruçar sobre o que é a escola técnica hoje, temos estudantes sendo formados sem ter contato com as ferramentas adequadas. A construção desse ensino passa por isso, discutir a pesquisa, fazer projeto de extensão e descobrir novas possibilidades”.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, deu continuidade ao debate de todo processo histórico do país entorno da juventude por melhorias na educação, destacando a conquista do PNE como maior conquista histórica. “Somos a geração do PNE, do ENEM; há quinze anos atrás a UBES já falava em cotas, que hoje já é realidade. Atingimos um novo patamar, temos que questionar tudo. E uma coisa que aprendi com a UBES é o aspecto da escola, como um presídio, que você tem hora para entrar, para comer, para perguntar. A escola precisa reduzir desigualdades, enquanto o que temos hoje é apenas o dever de assimilar e reproduzir, e não o direito de questionar”, observou.

A disputa do PNE deve permanecer nas ruas e pisar no acelerador, segundo a universitária. “Os secundaristas precisam ter muito orgulho por sua contribuição no PNE e na conquista dos royalties do pré-sal para educação, é desafio da UBES tomar cada sala de aula para celebrar a conquista e querer mais. Somos uma geração exigente que quer muito mais, vai agora conquistar o ensino médio, a escola que a gente quer”, finaliza.

Em uma fala curta, o presidente da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (AMES-RJ), João Neto, destacou o amplo universo de possibilidades com a aprovação do projeto de lei que aguarda sanção presidencial, fruto da combativa resistência. “Os: 10% do PIB está aqui para quebrar paradigmas e mudar a escola”, disse.

Da Redação