Estudantes participam da paralisação, reacendem debate pelo fundo social do minério e contra o fim do ensino noturno
Greve dos profissionais da educação em Minas Gerais chama atenção para a insatisfação em todo o estado. Em mais um capítulo em que os estudantes dão seu apoio aos professores, a paralisação que reivindica inúmeras pautas foi iniciada durante Assembleia Estadual da categoria na última quarta-feira (28/05), no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) com cerca de 1.500 trabalhadores de diversas regiões. O movimento teve início dia 21 realizando assembleias locais e mobilizações por todo o Estado para reforçar a reivindicação da categoria por abertura de negociação com o governo.
Entre as reivindicações está o descongelamento da carreira, o pagamento do Piso Nacional Profissional, a nomeação dos concursados e solução para os efetivados sem concurso pela Lei 100/2007, considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e que atingiu cerca de 98 mil trabalhadores em educação.
Após a assembleia, os educadores com apoio dos estudantes seguiram em passeata até à Avenida Afonso Pena, no centro da capital, onde se uniram ao movimento da rede pública municipal. Para o presidente da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), Francisco Farias, o momento é de muita unidade em todas as regiões do estado que carecem de respaldo em suas pautas.
“A questão do plano de carreira dos profissionais da educação é apenas um dos pontos. Defendemos também o fim do programa Reinventando que tenta incluir o sexto horário para os estudantes do ensino médio e dar fim ao ensino noturno. A mobilização é também para apresentar a necessidade de criação da rede estadual de escolas técnicas”.
O líder estudantil salientou ainda a pauta central de toda juventude de Minas Gerais que é a criação do fundo social do minério para investir em educação. “Essa é uma das maiores riquezas do nosso estado, ela precisa ir para o destino certo, e nós defendemos que seja para a educação”, afirma.
A paralisação é acompanhada pela falta de diálogo do governo que não recebeu até o presente momento a pauta dos grevistas. “A estratégia do governo do Estado é a de não negociar. Já avisou que não vai ter modificação na carreira ou vai discutir reajuste antes de outubro. O momento é agora ou só teremos chance de conquistas em 2015”, afirma Beatriz Cerqueira.
Os educadores realizam nova Assembleia Estadual na próxima quarta-feira (04/06), a partir das 14h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na capital mineira.
Da Redação, com Sindute-MG