Atos de reivindicação acontecem em todo estado com estudantes, professores e funcionários
Professores e funcionários de 108 Escolas Técnicas (Etec’s) e 20 das Faculdades de Tecnologia (Fatec’s) do estado de São Paulo entraram em greve nessa segunda-feira (17/02). Os profissionais das instituições administradas pelo Centro Paula Souza iniciaram a paralisação por tempo indeterminado reivindicando a implantação de um plano de carreira discutido há dois anos, falta de funcionários e professores.
No primeiro dia de greve os trabalhadores fizeram um ato em frente à Secretária Estadual da Gestão Pública de São Paulo organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps) e a participação de estudantes da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE Faetec). Os professores denunciam a falta de direitos como plano de saúde, vale transporte, plano de carreira que não evolui e a necessidade de melhores condições de trabalho.
Atualmente, segundo informações do governo, existem 221 Etecs e 56 Fatecs que totalizam o ensino para 150 mil jovens em instituições de ensino tratadas como referências de qualidade em São Paulo, porém, estudantes e professores denunciam outra situação. “A melhor escola do estado não tem quadra, não tem cantina, tem apenas um laboratório para quase dois mil alunos, imagine as outras”, conta a estudante Júlia Tavares.
De acordo com a presidente do Sinteps, Silvia Elena de Lima, após greves e negociações em 2013 o Governo do Estado ofereceu o novo plano de carreira, que foi aceito pelos trabalhadores. No entanto, a proposta não foi enviada à Assembleia Legislativa (Alesp) para votação.
“Nossos salários estão defasados há mais de cinco anos, uma perda salarial monstruosa que só será recuperada com o plano de carreira. O plano vem também para melhorar as condições de trabalho e reconhecer a graduação e titulação dos docentes e funcionários que trabalham no Centro Paula Souza”.
Uma comissão formada por oito pessoas foi recebida pelo secretário estadual de desenvolvimento, Rodrigo Garcia, que afirmou o empenho do governo em entregar o plano de carreira dos trabalhadores até 28 de fevereiro na Assembleia Legislativa, onde deverá tramitar como projeto de lei. “Concluir este processo e enviar o projeto à Alesp é uma questão de vontade política. E a categoria sabe que, sem a greve, não vai acontecer nada”, ressalta a presidente da Sinteps.