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#Solidariedade: No Paraná, sede da UPES é destruída por incêndio

Símbolo da resistência secundarista, estudantes que lutam pelo patrimônio histórico da entidade iniciarão campanha de reconstrução

A manhã dessa quinta-feira (29/05) amanheceu mais triste para toda a juventude do movimento estudantil brasileiro ao receber a notícia do incêndio que destruiu, por volta das 9 da manhã, a sede histórica da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES). Na rua Marechal Malett, nº250, bairro Juvevê, em Curitiba, o símbolo da resistência  secundarista após décadas de enfrentamento contra os interesses do mercado imobiliário é mais uma vez  devastado. No momento, os bombeiros realizam vistorias no local a fim de averiguar as causas do acontecimento.

Fundada em 1972 como polo central dos secundaristas do Paraná, toda vizinhança presta sua solidariedade aos jovens da conhecida “Casinha Azul”, como sempre foi chamada. A presidenta da UPES, Camila Lanes, afirma que o impacto da notícia foi muito grande a todos que lutaram por sua existência. “Não perdemos apenas as paredes, perdemos documentos e registros históricos. Foi ali que sonhos, lutas e planos foram compartilhados, onde também existia um jardim belíssimo por conta de um senhor chamado Francisco, que morando ali próximo, toda manhã ia regar e cuidar de cada planta”, conta emocionada.

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ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA E RESISTÊNCIA ESTUDANTIL

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) é solidária à luta da juventude que desde 1994 resiste às tentativas de desapropriação, quando o prédio foi derrubado pela primeira vez. Em um outro espaço a casa foi reconstruída, sendo novamente em 2009 demolida. Na época, após gestões que acompanharam a crise do patrimônio estudantil, um acampamento de 107 dias culminou em grande movimento de resistência.

Foi na base desta mobilização e pressão, no final da ocupação que a sede atual foi construída com o apoio da sociedade civil através da campanha “Minha Ajuda é Concreta”. A líder estudantil acentua o caráter de persistência daqueles que garantiram até o momento que o espaço se conservasse nova investida da Incorporadora Meneses na esfera jurídica em 2012 que novamente destruiu todo patrimônio.

“Antes que tirassem o entulho acampamos com nossas barracas no mesmo momento. Sem água, sem luz, em cima das paredes demolidas garantimos o nosso terreno”, relembra Camila. Nesse mesmo acampamento, a  presidenta da UBES – na época, Manuela Braga – esteve presente somando forças às atividades que ganharam destaque na mídia nacional sob o guarda-chuva do direito de organização dos estudantes.

“UPES de Volta pra casa”

Após o incêndio e carregada de valor histórico para os estudantes, luta e resistência, a UPES informou que toda sua militância estará envolvida em novo processo para reerguer a sede. O momento será marcado por homenagens a todos (as) que contribuíram para permanência da casa do poder jovem, como relembra Camila. “Já tínhamos o plano de reconstruir pois a estrutura já estava muito antiga, iremos agora retomar esse projeto, refazer cada pedaço e homenagear todos aqueles que nas últimas 4 gerações contribuíram para que chegássemos até aqui”, afirma ao lembrar que os poderes públicos do estado serão notificados sobre esta que é demanda de toda a juventude.

“Esse foi inclusive meu primeiro contato com a UPES depois do congresso, o que me levou a conhecer de fato o que era o movimento estudantil, como era feita a organização dos grêmios e uma janela aberta para que eu pudesse compreender como se constrói as políticas estudantis”, finaliza emocionada Camila, sobre a experiência do último acampamento.

Da Redação