Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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3º EME DA UBES: COMBATE A LGBTFOBIAS

Debater gênero e sexualidade é a melhor maneira de acabar com o preconceito

O Brasil é o país que mais mata a população LGBT no mundo, segundo dados da ONG internacional Transgender Europe: nos últimos 5 anos foram 486 mortos. Os números gritantes mostram a necessidade de colocar o tema em discussão e com esse propósito a UBES trouxe o assunto para o seu 3º Encontro de Mulheres Estudantes (EME) neste sábado (05), na Universidade Nove de Julho, campus Memorial, em São Paulo.

O assunto foi tema da mesa “O combate as LGBTfobias”, que reuniu diversos ativistas e teve como ponto central a questão do debate de gênero dentro das escolas. Os palestrantes acreditam que inserir o assunto nos currículos das instituições de ensino é importante para contribuir para uma sociedade menos LGBTfóbica e machista.

DESCONSTRUIR PADRÕES DE GÊNERO

De acordo com a representante da União Juventude Rebelião (UJR) Juliana Alves, é extremamente importante desconstruir os padrões de gênero. “Ser LGBT é extremamente difícil. Se assumir para a família é ainda pior, pois temos uma estrutura familiar extremamente fundamentalista e são poucos os que recebem bem um filho que foge a essa regra heteronormativa”, afirma.

Conforme dados do projeto TransCidadania, que busca oferecer oportunidades para a população “T” (transsexuais e travestis), 97% dessa comunidade não possui ensino fundamental completo e 93% evadiram a escola por conta da opressão que sofriam no ambiente escolar. Além disso, 59% são expulsos de casa.

“A evasão é só mais um reflexo da necessidade de debater gênero e sexualidade nas escolas. Através do projeto, nós tentamos fazer com que essas pessoas voltem a estudar e tenham como entrar no mercado de trabalho”, explica Marcelo Moraes, gestor do projeto TransCidadania.

Ocupar os espaços de decisão

As regiões onde mais morre a população LGBT é no Norte e no Nordeste do Brasil, principalmente por causa da falta de representatividade política. O mesmo acontece com as mulheres, que apesar de estarem conquistando espaço no poder público, ainda possuem pouca representatividade parlamentar.

A representante da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Larissa Passos, acredita que os homens precisam abrir mão de seus privilégios para que as mulheres avancem.

“Infelizmente na nossa sociedade essa questão do órgão genital é fator determinante para distribuir papéis na nossa sociedade. Assim, a mulher acaba sendo submissa ao homem, pois a sociedade foi pensada e feita para eles e a única forma de acabar com isso seria com os homens abrindo mão de seus privilégios para as mulheres avançarem”, conta.