Conselho de Entidades Gerais começa em São Paulo com a participação de 301 entidades
Inaugurando o início de mais um processo eleitoral da UBES, a presidenta da entidade, Bárbara Melo, abriu os trabalhos do 15o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) para um auditório lotado da Universidade Nove de Julho (Uninove), na zona oeste da capital paulista.
Promovido sob um clima de instabilidade política e ajuste fiscal, o Coneg da UBES tem como tema “A Juventude Em Defesa da Educação, Por Mais Direitos e Democracia”. O fórum do movimento secundarista convoca o Congresso da UBES.
A presidenta da UBES saudou a presença das 301 entidades municipais e estaduais no plenário de abertura do 15o Coneg. “É com muito prazer que inauguramos o 15o Coneg da UBES, o maior da nossa história”, ressaltou Bárbara.
O evento marcou ainda o lançamento do 1o Encontro LGBT e do 1o Encontro de Negros e Negras da UBES, que acontecerão junto do Congresso da entidade, marcado para novembro deste ano.
A mesa de abertura teve como tema “30 Anos da Lei do Grêmio Livre e 67 anos da UBES” e teve a presença de antigos e atuais dirigentes da entidade.
Autor da Lei do Grêmio Livre de 1985, o ex-presidente da UNE e ex-deputado federal Aldo Arantes mostrou humildade ao comentar essa conquista que permitiu a organização dos grêmios estudantis após a ditadura militar.
“Eu não fui nada mais do que um instrumento da luta do estudantes para aprovar essa Lei do Grêmio Livre. Essa conquista foi de vocês. E pra isso muita gente morreu e foi torturada, como os estudantes Edson Luis e o Honestino Guimaraes”, afirmou Aldo.
Ele destacou ainda a necessidade dos secundaristas se unirem para defender o governo federal das tentativas de golpe que tem enfrentado. Ele argumenta que a juventude deve se utilizar das contradições da oposição para reverter a situação.
“A maioria das pessoas que foram para a Avenida Paulista pedir o impeachment é contra o financiamento empresarial de campanhas, que é a pedra fundamental para combater a corrupção. Eles estão sendo manipulados pela mídia e pela direita. Nós precisamos qualificar o debate e defender as conquistas populares”, convocou o ex-líder estudantil.
O antigo dirigente da UBES e participante do Congresso de Reconstrução da entidade de 1981, em Curitiba, o pesquisador Augusto Buonicore lembrou da história do movimento secundarista para convocar os estudantes a irem para as ruas.
“A UBES já nasceu lutando contra o imperialismo, em defesa da soberania nacional e da democracia. Isso é muito importante neste momento em que a democracia mais uma vez se encontra ameaçada. O que faz o movimento secundarista ser diferente é a indignação com as injustiças do mundo”, declarou Augusto.
A memória da UBES também foi evocada pela ex-diretora da entidade e autora do livro sobre os 60 anos da UBES, Raisa Marques. Ela destacou a histórica luta por um transporte público gratuito e de qualidade desde os anos 1930 como sinal da importância e da visão dos secundaristas nas lutas populares.
“A rebeldia consequente é a definição perfeita para quem participa do movimento secundarista, pois tem a vontade de transformar o mundo de maneira mais justa”, observou Raisa.
Já o também ex-diretor da UBES, Gregório Gold, pediu unidade do movimento estudantil para enfrentar o golpismo e a direita. “Não podemos aceitar corte de verba na educação. Não podemos aceitar ajuste fiscal e austeridade. A juventude brasileira não vai pagar pela crise”, conclamou.