Estudantes tomam as ruas da capital pela criação de políticas de assistência no ensino técnico
Na manhã desta quinta-feira (23), no Mato Grosso, aconteceu mais uma etapa da Jornada Nacional de Lutas da UBES pelo Ensino Técnico. Organizada pela Associação Matogrossense dos Estudantes Secundaristas (AME), a mobilização partiu do campus Cuiabá, do Instituto Federal (IFMT), encerrando com uma ciranda em frente à prefeitura.
Durante o trajeto, a passeata passou por diversas escolas. Entre as reivindicações esteve assistência estudantil, passe livre, melhorias na qualidade do ensino técnico e contra a redução da maioridade penal.
“Apesar de alguns coordenadores de curso tentarem coagir os estudantes a participar, foi uma grande manifestação. A nossa expectativa é de marcar uma reunião com o reitor e apresentar as demandas estudantis”, declarou o presidente da AME e do grêmio do IFMT da capital, Juarez Ventura.
Assim como é destaque em outros estados brasileiros, uma das pautas centrais da jornada matogrossense é a criação de um plano nacional de assistência estudantil para o ensino técnico.
“Estamos chegando em maio e os estudantes ainda não receberam a bolsa de assistência estudantil. Muitos cursam em período integral, precisam pagar alimentação e transporte com esse dinheiro que até agora não foi liberado”, diz Juarez. Outra demanda emergencial é o passe livre irrestrito.
O atraso nas bolsas tem afetado estudantes como a secundarista Camila Molina, de 16 anos. “Na minha opinião, o principal assunto da jornada é a falta de repasse para assistência, porque precisamos arcar com muitos gastos. Estudo o dia todo no IFMT, acabo gastando R$ 16,00 no almoço, mais R$ 3,10 da condução”, explica.
No 3º ano do curso de eventos, Camila conta que não trabalha e seus pais ajudam com os gastos. Morando a quarenta minutos do campus Cuiabá, por mês ela gasta R$ 62,00 com tarifas de ônibus e R$ 320,00 em refeições.
O mesmo acontece com Tainara Amorin, que participou da manifestação. Ela faz o curso técnico de meio ambiente na Universidade de Cuiabá e também precisa do passe livre irrestrito como política de permanência. “Fomos às ruas para buscar melhorias e conseguir mudar a política a favor da juventude”, defende. “Precisamos investir mais no ensino técnico e menos em presídios”, salienta, relembrando a luta contra a redução da maioridade penal.
Outras demandas como auxílio para material didático, biblioteca online, restaurante estudantil, creches para mães estudantes, conclusão de obras inacabadas e espaços poliesportivos nos institutos federais e escolas estiveram entre as reivindicações.
Na próxima segunda-feira, 27/04, a Jornada matogrossense chegará à cidade de Tangará da Serra.
Suevelin Cinti, da Redação.