#NãoFecheMinhaEscola!: estudantes ocupam as ruas contra reorganização escolar proposta pelo governo paulista
No último dia 23 de setembro, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo anunciou a reorganização das escolas da rede estadual de ensino, tendo como principal medida a separação física total entre as escolas dos anos iniciais, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
Com o objetivo de manter em cada colégio apenas um ciclo de ensino, um levantamento preliminar da APEOSP denuncia a intenção do governo do Estado de fechar pelo menos 127 escolas. A perspectiva é que mais de 1 milhões de estudantes sejam diretamente atingidos pela medida, provocando a superlotação nas salas de aula e a transferência de alunos para colégios mais distantes.
Desde a divulgação, estudantes, pais e professores têm organizado em todo estado passeatas, atos e panfletagens contra a (des)organização que impactará o cotidiano de cerca de mil escolas. Os secundaristas realizaram grandes manifestação na Avenida Paulista nesta semanada, sendo covardemente reprimidos pela Polícia Militar nesta sexta-feira.
“Os estudantes estão preocupados, principalmente com a qualidade do ensino, que nesse sentido, a tendência é piorar. Por isso estamos nos organizando nos atos, reunindo cada vez mais grêmios de diversas escolas. Hoje, só aqui na nossa escola, temos recebido apoio de 80% dos professores”, relata o presidente do grêmio e secundarista do 3º ano da escola Caetano de Campos, Brian Aftimus.
A União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) abordou e questionou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a reorganização. Em vídeo gravado, no qual a presidenta da entidade, Angela Meyer, aparece pedindo o comprometimento com a pauta dos estudantes, Alckmin se negou a responder a líder estudantil.
Os professores da rede estadual também têm se mobilizado contra as alterações do governo paulista. A presidenta da Apeoesp, Maria Izabel, afirmou que a proposta de Alckmin não corresponde às demandas da educação no Estado.
“O método utilizado é o mesmo de sempre: imposição de cima para baixo, sem nenhuma discussão prévia com a comunidade escolar, com os professores, demais entidades e com outros setores sociais. Apresentada como um pacote pronto, a proposta passará por apressada consulta nas diretorias de ensino para ser implementada já em 2016”, criticou.
O sindicato anunciou pesquisa em que se verifica o crescente fechamento de escolas em 2015, ao menos 3390 classes foram fechadas. O ano letivo iniciou com turmas superlotadas, em algumas delas, com 60 alunos matriculados.
Indo na contramão da perspectiva dos estudantes, milhares de escolas serão fechadas, o número de professores será reduzido e o acesso às instituições de ensino será dificultado. Mais uma vez, o governo do Estado de São Paulo prova que seu projeto para educação paulista é um projeto de sucateamento da educação pública.
Por compreender que a tentativa de desorganização é uma manobra que não mede as consequências, a UBES se une às lutas da UPES, da UMES, dos grêmios estudantis e entidades de todo o estado para se posicionar contra a política do governo e para dizer que não é essa escola que os secundaristas paulistanos querem.